Natural de Santa Cruz do Sul, Henrique Giovanini, 34 anos, mora em Pelotas desde os seis e, portanto, concede a si próprio o título de pelotense. Formado em jornalismo, ao longo da carreira ele se especializou em locução, teatro, produção audiovisual e marketing. Além de fazer a locução dos comerciais de TV locais mais conhecidos, Henrique também atua como professor de teatro.
Qual foi seu primeiro contato com a locução?
Desde pequeno, fui apaixonado por rádio. Naquela época, havia uma emissora perto de minha casa, e quase todos os dias eu ia visitar. Era incrível andar pelos corredores da rádio, sentir a energia do estúdio enquanto os locutores estavam ao vivo e interagiam com a audiência. Com 17 anos, fiz curso de radialista e comecei uma rádio interna na escola onde eu concluí o ensino médio. Fiz a faculdade e, depois, especialização em marketing. Até dezembro de 2023, a Rádio CSJ, do Colégio São José, ficou no ar com a minha voz.
Quando você percebeu que tinha talento e que podia tirar uma renda da locução?
Não houve uma virada de chave, aconteceu ao natural ao longo do tempo já fazendo, por brincadeira, a rádio. Depois começaram a surgir alguns trabalhos de forma despretensiosa e recebi um retorno muito positivo, tanto dos clientes quanto do público. Foi então que percebi que não era só uma questão de gostar, mas que havia um talento natural ali que poderia ser aprimorado e monetizado. As pessoas reconheceram a voz do Henrique nos lugares, e isso me motivou a investir mais na carreira, adquirir equipamentos e encarar com mais seriedade esse nicho.
Como funciona a preparação para a gravação de uma passagem ou publicidade?
A preparação começa sempre com uma leitura atenta do texto que chega. Tento entender o tom da peça, a intenção por trás da mensagem e a pessoa que estou representando com a minha voz. Quando necessário, também faço pesquisas sobre o cliente ou a campanha para ter um alinhamento melhor com a marca e o público que ela quer atingir. Durante a gravação, procuro fazer alguns takes com variações sutis de entonação e ritmo para que o cliente tenha opções para escolher o que melhor se encaixa no projeto. Antes de gravar, faço alguns exercícios vocais para aquecer e treinar a dicção.
Já aconteceu da sua voz não estar boa no dia? Como se faz nesse caso?
Sim, já aconteceu. Às vezes, a voz não está no seu melhor por cansaço, alguma gripe ou questões alérgicas. Nesses casos, se possível, melhor adiar a gravação. Quando não dá para adiar, busco métodos para contornar a situação. Tomo bastante água morna, evito qualquer coisa que possa irritar a garganta e faço aquecimentos vocais mais intensos. Maçã ajuda a limpar a voz também. E se nada disso funcionar, tento ajustar o tom para algo que seja mais confortável e não force tanto a voz.