Trapiche deve ficar pronto em novembro

Reconstrução pós-enchente

Trapiche deve ficar pronto em novembro

Moradores do Laranjal, no entanto, dizem que o poder público também precisa cuidar de outros pontos do bairro

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Trapiche deve ficar pronto em novembro
Estrutura já está recebendo as melhorias. (Foto: Jô Folha)

Iniciada há pouco menos de um mês, a recuperação do trapiche deverá ser concluída em novembro, se as condições climáticas contribuírem. Conforme informações da Secretaria de Gestão e Mobilidade Urbana, o projeto de reconstrução prevê que o novo trapiche será um metro mais alto, além de contemplar a reforma dos decks em frente à estrutura. A reconstrução é orçada em R$ 600 mil e o recurso teria sido arrecadado em parcerias com a iniciativa privada.

Arrasado pela força da Lagoa dos Patos na enchente de maio, o trapiche já tem parte da sua base trocada por um novo madeiramento. Com 385 metros de comprimento, a plataforma símbolo do Laranjal e um dos pontos turísticos mais visitados deverá ser reaberta para as tradicionais caminhadas dos visitantes antes do início do verão.

A notícia é comemorada por moradores como André Gonçalves, que também têm no Laranjal um local de empreendimento. Proprietário de uma imobiliária local, ele conta que mesmo com os efeitos da enchente ainda presentes em várias ruas, o otimismo dos clientes é o que tem garantido a normalidade na procura por imóveis tanto para o aluguel anual quanto para o veraneio.

“Eu não vi restrições. Ali na [avenida] Rio Grande do Sul, onde ficou 30 dias embaixo da água, duas casas já foram alugadas. As pessoas pensam que não vai acontecer de novo tão cedo”. Com a procura pelo bairro dentro do esperado, Gonçalves ressalta a importância do trapiche ser revitalizado. “Vai ser aquele símbolo de resistência”.

No entanto, assim como outros moradores, o corretor imobiliário reclama da situação interna do Laranjal.  “Antes das chuvas, as ruas foram deixadas muito aquém, onde passa a procissão está tudo bem, mas dentro do Laranjal é um descaso. O poder público não pode se importar só com o trapiche onde vão tirar as fotos”.

A insatisfação dos moradores

Com a recuperação do trapiche e da orla da praia, os moradores do Laranjal levantaram novamente a demanda por uma atenção maior para o bairro. De acordo com vários relatos em um post da Associação Comunitária do Laranjal (Asclar), a insatisfação é quanto ao suposto investimento do poder público somente na recuperação dos pontos turísticos.

Enquanto nos balneários a situação seria de “abandono total”, como declara a presidente da Asclar, Susana Gama. A principal reclamação é sobre o estado das ruas e a sujeira que ainda estaria acumulada desde a enchente. “Não tem como transitar, tem muitos móveis que ainda não foram retirados, tem lixo, muita sujeira. O bairro não mudou nada. Só na orla, ficam aquelas máquinas de um lado para o outro e ninguém sabe o que eles estão fazendo. As coisas continuam muito precárias”, aponta.

Serviços regulares

De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura serviços como roçado, limpeza, recolhimento de entulhos e manutenção das vias são serviços executados regularmente no bairro durante todo o ano. A secretaria não descarta que esse trabalho seja ainda mais intensificado com a proximidade do verão. Paralelamente a reconstrução do trapiche, equipes do Sanep promovem a recuperação do dique existente no Laranjal.

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