“Salvar vidas é um momento fantástico, um sentimento difícil de descrever”

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“Salvar vidas é um momento fantástico, um sentimento difícil de descrever”

Pedro Alcântara é bombeiro há 12 anos e atua como guarda-vidas na Operação Verão

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“Salvar vidas é um momento fantástico, um sentimento difícil de descrever”
Afinidade com a água foi uma das motivações para Alcântara virar Bombeiro (Foto: Heitor Araujo)

O que te motivou a entrar para os Bombeiros e como foi esse processo?

Eu tinha 20 anos de idade e procurava uma profissão. Cursava Direito, mas não me enxergava trabalhando como advogado. Um amigo que era guarda-vidas me orientou a fazer a seleção para ser também, eu já tinha afinidade com a água. Me formei guarda-vidas civil e isso me motivou a galgar a vaga para ser bombeiro, pela convivência. Prestei concurso em 2011, em 2012 já estava nos cursos e me formei soldado.

Qual foi teu estímulo na época para ser guarda-vidas?

Tudo se baseia na minha relação com a água, sempre gostei muito de praia e fiz natação quando criança. O curso me motivou por conta da possibilidade imediata de salvar uma vida. Todo o retorno da pessoa e dos familiares quando tem o salvamento é fantástico e especial, difícil de descrever. Nunca tive uma perda, graças a deus, até porque a gente preza muito pela prevenção.

Qual foi teu primeiro salvamento?

Estive duas temporadas no Cassino e os problemas eram na faixa de areia, pela quantidade de gente e dos carros na orla, na água tu chamava a atenção e era mais tranquilo. Em Torres, fiz vários salvamentos, na primeira temporada foram 34. Até então, só trabalhavam nativos de Torres, eu fui o primeiro de fora a chegar. Nunca peguei um caso severo de afogamento, porque quando a pessoa começa a se afogar, a nossa ação já é muito rápida.

Como é a preparação para atuar de guarda-vidas?

Treinamento constante. Todos os anos a gente tem uma certificação, de aulas teóricas e a prova prática, que é nadar 200 metros em água aberta e depois correr 1,5 mil metros em um tempo fechado. Durante todo o ano, a gente tem que estar treinando e preparado.

Quais os principais desafios dos Bombeiros em Pelotas e região?

Pelotas atende uma gama vasta de ocorrências e em diversos municípios. Depende da época do ano. Vai ter estiagem fim do ano, então deve dar bastante incêndio em vegetação. Em períodos chuvosos, são atividades aquáticas, de salvamentos, buscas e apoio à Defesa Civil.

Como foi trabalhar na enchente de maio?

Fizemos um corredor humanitário, de levar comidas e roupas às pessoas, especialmente, no Laranjal. Foi uma experiência única, por mais que aqui não tenha tido a gravidade do Vale do Taquari e Região Metropolitana, de enxurrada. O fim da linha era o nosso estreitamento em Rio Grande, então ter esse tempo de preparação dos Bombeiros e da prefeitura foi uma vantagem. Tivemos muito apoio operacional, de muitos estados. Atuei como líder de equipe, na gestão de pessoal. Cada equipe trabalhava três ou quatro dias, aí vinha outra e a rendia. Auxiliamos no reconhecimento de terreno, organização de escalas de serviço. Foi gratificante e cansativo. Criamos um canal de comunicação com os voluntários, planilhamos as equipes e solicitamos apoios quando necessários. Conseguimos tirar as populações em segurança.

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