O que esperar da vinda de Bolsonaro
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Quarta-Feira18 de Setembro de 2024

Opinião

O que esperar da vinda de Bolsonaro

Nacionalizar debate das eleições municipais é arriscado para candidatos

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Atualizado segunda-feira,
16 de Setembro de 2024 às 15:41

O que esperar da vinda de Bolsonaro
Ex-presidente terá roteiro pelo Rio Grande do Sul (foto Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por Pelotas nesta quinta-feira (12), para demonstrar apoio a Marciano Perondi (PL), deve agitar a campanha eleitoral. Até agora, o debate nacional ainda não se infiltrou na discussão municipal e a imagem do ex-presidente tem sido pouco explorada pela campanha de Perondi.

Mesmo que a presença do atual presidente Lula (PT) seja maior na campanha de Fernando Marroni (PT), pouco do debate ideológico se refletiu até agora em Pelotas. Enquanto para Marroni seja uma escolha mais fácil exibir Lula, já que ele foi vencedor nas eleições de 2022, para Perondi é uma escolha mais arriscada.

Embora se apresente abertamente como uma alternativa de direita para Pelotas, a aproximação de Perondi com Bolsonaro tem bônus e ônus. A presença de Bolsonaro em Pelotas irá impulsionar a candidatura de Perondi e certamente será o assunto da cidade na semana. Essa manifestação de apoio irá fidelizar o eleitor que já está inclinado a votar em Perondi pelo lado do bolsonarismo e do antipetismo.

O risco, no entanto, é de perder o eleitor moderado que não está ligando muito para a disputa esquerda x direita. Embora os 56% dos eleitores que votaram em Lula em Pelotas no segundo turno de 2022 não possam ser encarados necessariamente lulistas ou esquerdistas, esse é um fator que não pode ser desconsiderado. Embora Bolsonaro tenha tido a maioria dos votos em 2018, no segundo turno de 2022 Lula teve 107,8 mil votos contra 83,9 mil de Bolsonaro – na segunda etapa de 2018, Bolsonaro teve 97 mil votos. 

Esse pêndulo da direita para a esquerda entre 2018 e 2022 também deve servir de alerta para a campanha petista. Abraçar a pauta ideológica nacional também é arriscado para Marroni, que perdeu quatro das cinco eleições para prefeito que disputou até agora.

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