Maior operação da história da região prende 85 pessoas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira21 de Novembro de 2024

Investigação

Maior operação da história da região prende 85 pessoas

A maioria delas já cumpre pena no Presídio Regional, de onde vinham o comando das extorsões que fez 500 vítimas no país em 40 dias

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Atualizado sexta-feira,
06 de Setembro de 2024 às 18:02

Maior operação da história da região prende 85 pessoas
Foram mais de cem ordens judiciais cumpridas. (Foto: Divulgação)

Uma quadrilha especializada em golpes de nudes foi desarticulada na manhã desta sexta-feira (6) em Pelotas e região. Na ação, 85 pessoas foram presas, sendo 57 delas já estavam no Presídio Regional de Pelotas (PRP), a partir da Galeria C, de onde vinha o comando para as extorsões que vitimou 500 pessoas em pouco mais de um mês. A investigação da 2ª Polícia Civil de Pelotas descobriu uma célula da Organização Criminosa no município que se auto intitula A Firma.

Foram quase dez meses de investigações que resultaram no cumprimento de 104 prisões, entre preventivas e temporárias. Destas, 24 foram em Pelotas e quatro em Jaguarão, Camaquã, São Lourenço do Sul e Rio Grande. Os policiais também realizaram 65 mandados de busca e apreensão (com apreensões de celulares e cartões), indisponibilidade de oito imóveis já identificados, busca e apreensão de cinco veículos e bloqueio de todas as contas bancárias e imóveis dos mais de cem investigados.

Estruturação

Conforme a Polícia Civil, a facção tinha hierarquia e funções bem determinadas: os presos da Galeria C, em um período de 40 dias, realizaram 700 extorsões em desfavor de mais de 500 vítimas de todo o país. Algumas delas residiam na Alemanha, Portugal e Jamaica. O esquema foi descoberto após a quebra de sigilo bancário, onde foram localizadas as trocas de mensagens e os recibos pagos em Euros. O golpe movimentou, nesse curto período de ações, R$ 701.363,00, recebidos em contas nacionais e internacionais, descobertas durante a investigação.

A investigação descobriu ainda que havia um mercado clandestino de venda e aluguel de aparelhos telefônicos. dentro do presídio cada celular era vendido no PRP por R$ 15 mil, enquanto carregador e fone de ouvido eram comercializados por R$ 3 mil e R$ 1mil, respectivamente. O comércio era para a prática das extorsões e parte dos valores arrecadados ilicitamente, servia de pagamento dos aparelhos. Dentro do rateio, 20% de todo valor recebido era para as contas da facção e o restante é dividido entre os presos que atuavam em diferentes personagens, como por exemplo, a menina menor de idade, o delegado, o advogado, o pai, entre outros.

Esquema

De acordo com a polícia são quatro grupos dentro dessa célula: os líderes; os extorsionários diretos (que são os presos da Galeria C que praticam diretamente as extorsões); os que alugam suas contas bancárias para a facção; e os responsáveis por inserir o dinheiro obtido no Presídio Regional de Pelotas através das visitas.

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