Estudo sobre a saúde do idoso entra na 5ª fase
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira21 de Novembro de 2024

Hábitos de vida

Estudo sobre a saúde do idoso entra na 5ª fase

Projeto COMO VAI? entrevista 700 idosos em Pelotas

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Estudo sobre a saúde do idoso entra na 5ª fase
Equipe iniciou as entrevistas em Pelotas. (Foto: Jô Folha)

Neste mês de agosto se dá início à quinta fase do projeto COMO VAI? – Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso, relacionado ao programa de pós-graduação em Nutrição e Alimentos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O conceito central da pesquisa refere-se ao monitoramento dos hábitos de vida da população idosa que mora na cidade, para obter um melhor entendimento dos fatores de risco e os desfechos de saúde e esclarecer questões que envolvem o envelhecimento.

O programa acontece desde 2014, quando mais de 1,4 mil idosos foram recrutados e entrevistados para a montagem da base populacional do consórcio de pesquisa COMO VAI?.

A professora de nutrição Renata Bielemann é uma das coordenadoras do estudo desde o início. Ela explica que a intenção é estudar uma população até então pouco analisada. A pesquisa, inicialmente transversal, se tornou longitudinal e a porção de idosos passou a ser acompanhada em outras fases do estudo.

Envelhecimento e cuidado

O processo acelerado de envelhecimento que foi apontado pela pesquisa do IBGE é um ponto que destaca o professor de Odontologia, Flávio Demarco, que também atua na pesquisa. Hoje, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com a maior média de idade (38,1 anos). Segundo o docente, durante muito tempo os idosos gaúchos foram negligenciados pelos sistemas de saúde. Por isso, o projeto tenta enfrentar essa lógica e trazer informações pertinentes sobre essa camada populacional que não para de crescer.

“Os idosos têm a maior carga de doenças. E o Brasil hoje tem essa transição demográfica, as pessoas vivem mais. Nós temos doenças crônicas não comunicáveis, que têm um impacto muito significativo no custo do sistema de saúde. Então, por isso que a gente vê como uma necessidade premente a questão do acompanhamento dessa população idosa”, afirma Demarco.

Frente ao aumento da expectativa de vida, o objetivo é preparar a rede de saúde e incentivar para que surjam novas políticas públicas quanto à prevenção, tratamento e organização de espaços, com enfoque nesse perfil populacional. “A cada dia vai ter uma maior prevalência de idosos, e menos crianças. Tem que focar nessa população fragilizada, vulnerável e altamente doente”, justifica.

Quinta fase

Nesta nova fase de entrevistas, 700 idosos ainda participam do estudo e serão entrevistados em seus domicílios por pessoas treinadas e identificadas. Além de fatores relacionados à saúde, doença, incapacidade e mortalidade, a etapa atual pretende investigar o impacto sofrido pelos idosos durante as cheias que atingiram o município.

Novos métodos de recolhimento de informações, como coleta de saliva e dados de acelerometria, darão maior compreensão de causas de risco e desfechos de saúde da população que vem envelhecendo.

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