Celebra-se neste final de semana o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. Em Pelotas, será tema de exposição (uma entre muitas) a vida e o patrimônio de Carlos Ritter, industrialista de origem alemã que criou a Cervejaria Ritter e construiu a Villa Augusta, atual prédio da Leiga.
A exposição chamada de Percursos Visíveis e Invisíveis: Pessoas, Lugares e Memórias estará aberta ao público neste sábado e domingo. A organização é uma parceria entre o Núcleo de Estudos de Arquitetura Brasileira (NEAB) e o Grupo de Estudos de Ensino/Aprendizagem de Representação Gráfica (Gegradi), ambos vinculados à Faculdade de Arquitetura (Faurb) da UFPel.
A exposição
Quem for à exposição encontrará imagens da Cervejaria Ritter, que ocupou o prédio na rua Santos Dumont onde hoje está uma galeria de arte e cafeteria, e da Villa Augusta, residência do industrialista no começo do século XX.
A curadoria preocupou-se em expor materiais físicos, digitais e interativos, de acordo Isadora Alves, arquiteta e colaboradora do NEAB que participou da organização. “Terão maquetes e jogos para adultos e crianças. A principal ideia da exposição é a interatividade, com elementos audivosuais”, diz.
Por meio de mapas, a organização mostrará o possível caminho que Ritter fazia de barco da sua residência até a cervejaria. “Onde estava a cervejaria, passava o Canal Santa Bárbara, que foi deslocado posteriormente. Na Villa Augusta, dizem que existia uma garagem de barco, então se tem a teoria de que o Carlos Ritter fazia o trajeto pelo Canal”, explica Franciele Fraga Pereira, que também organiza a exposição.
Dia do Patrimônio e Carlos Ritter
O tema desta 11ª edição do Dia do Patrimônio, Cultura Alimentar: Patrimônio e Sustentabilidade, motivou a escolha por Carlos Ritter como tema de exposição, com o enfoque na vida do industrial e no legado que ele deixou à cidade.
“A cervejaria foi super importante em Pelotas, tinha uma ampla produção e exportava para vários estados. Por isso fizemos essa exposição, para falar sobre a produção arquitetônica da vida do Carlos Ritter”, conta Isadora. “Prédios que até hoje são ocupados e utilizados pela população em Pelotas, pela própria UFPel”, completa.
Na Villa Augusta, Ritter mantinha muitas espécies vegetais, como orquidários, e animais. Sabe-se que ele tinha o hobby da taxidermia, temática encontrada no Museu Carlos Ritter, atualmente localizado no casarão da esquina da Praça Coronel Pedro Osório.
“A Villa Augusta era um terreno amplo e vasto. O lugar ficou conhecido como Parque Ritter e é atribuído ao Ritter o plantio de várias árvores na avenida Duque de Caxias”, completa Franciele.
Como atividade complementar, haverá um passeio ciclístico entre o Museu Carlos Ritter e a Villa Augusta (atual prédio da Leiga). A saída está marcada para as 14h de sábado e terá uma parada na Cervejaria Ritter.
O quê: exposição Percursos Visíveis e Invisíveis: Pessoas, Lugares e Memórias
Onde: Museu Carlos Ritter, esquina da Praça Coronel Pedro Osório
Data: sábado e domingo
Horários: 10h às 18h
Entrada: gratuita