Das 82 bancas do Mercado Central de Pelotas, 12 estão desocupadas. Além da ociosidade dos espaços comerciais, os portões fechados chamam a atenção do público de forma negativa.
De acordo com os permissionários, as lojas vazias, algumas durante anos, seria em razão da burocracia no processo licitatório e da restrição no conjunto de atividades que podem ser praticadas.
Para eles, a agilidade para o aluguel das bancas e a flexibilidade de negócios a serem colocados preencheria todas as bancas e atrairia um público maior para o Mercado.
As bancas alugadas sediam 44 empresas, já que a maioria dos empreendimentos foram expandidos ocupando de dois a três espaços de lojas. São negócios que atraem tanto o consumo local rotineiro como o de turistas.
Mesmo assim, após a reforma do Mercado Central, há 11 anos, as bancas nunca alcançaram a totalidade de ocupação, conforme aponta a permissionária Jordana Lima.
“Um empecilho grande é o processo licitatório, é muito lento e burocrático, quem quer empreender tem pressa. Além da incerteza do processo seletivo, até tu assinar o contrato chega a demorar até seis meses”, diz.
Outra permissionária, Elisa Patzlaff, relata que a última licitação aberta pela prefeitura foi em outubro de 2022, com o resultado divulgado somente em janeiro de 2023 e a liberação para a abertura das bancas em junho.
Com um armazém de produtos naturais há dez anos no Mercado, a comerciante afirma que um processo mais facilitado iria permitir a ocupação de todas as lojas. “Os espaços fechados chamam a atenção de uma forma negativa e muita gente vai procurar a secretaria querendo colocar um negócio, mas infelizmente esbarra na burocracia.”
Da mesma forma, o proprietário de negócio voltado a comercializar queijos e produtos regionais, Guilherme Fiss, conta que para expandir a loja de duas para três bancas teve que aguardar mais de seis meses.
Atividades permitidas
Para a Associação de Permissionários do Mercado Central, outro impasse para empreender no local e que impacta diretamente no movimento de quem já é comerciante é a restrição de negócios que podem operar nas bancas. “Não adianta a prefeitura abrir um edital e colocar o mesmo mix de atividades”, diz Jordana Lima. A reivindicação é pela flexibilidade de negócios, o que atrairia novos empreendedores e também diversificaria o público. “Já tem quatro lojas de produtos naturais, com mais, alguém acaba quebrando. Faz 11 anos que a gente fala isso, abrimos os editais e tem sempre as mesmas coisas”.
Nova licitação
De acordo com a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, o processo de licitação estaria em fase de elaboração. E o prazo de encerramento do trâmite com definição dos novos permissionários é novembro.
Sobre o mix de atividades, a secretária Paula Cardoso diz que em todos os processos de licitação realizados são inseridos novos segmentos. Na próxima licitação deverão ser incluídos segmentos de embalagens e artigos de confeitaria, floricultura, produtos agropecuários, produtos pet shop, livraria entre outros.