Produtores rurais chamam a atenção para perdas no setor

Mais um dia de protestos

Produtores rurais chamam a atenção para perdas no setor

Mesmo sem registro de alagamentos em campos, prejuízo na região ultrapassa R$ 2 bilhões em razão das chuvas

Por

Produtores rurais chamam a atenção para perdas no setor
Produtores protestaram em Porto Alegre. (Foto: Jürgen Mayrhofer - Secom)

A mobilização do movimento SOS Agro, que reuniu o setor agrícola de todo o Estado em Porto Alegre, nesta quinta-feira (8), contou com o engajamento de produtores rurais de vários municípios da Zona Sul.

Na manifestação, que reivindica medidas mais robustas para a recuperação do agronegócio, os representantes locais chamaram a atenção para as perdas expressivas nas lavouras, principalmente no cultivo da soja. Em paralelo ao movimento na capital, tratoraços também foram realizados em São Lourenço do Sul, Cerrito e Pelotas.

Após um comboio de tratores transportados de várias regiões do Estado percorrer as ruas de Porto Alegre, o ato unificado do SOS Agro reuniu milhares de produtores rurais na Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia. No local, manifestações com relatos de agricultores, parlamentares e representantes do poder público apontavam as medidas necessárias para o auxílio no pagamento de dívidas e no custeio dos novos plantios.

Representando Canguçu, a produtora Fabiane Venzke enfatizou que, embora a Zona Sul não tenha sido impactada por alagamentos, o grande volume de chuvas de maio resultou em grandes perdas nas lavouras.

“Não perdemos nada material, mas muita gente não conseguiu colher nada, então eu trouxe esse tema para a pauta. Pedimos aos deputados e as autoridades presentes uma atenção também a metade Sul”, conta.

Para a produtora, a Medida Provisória da renegociação de financiamentos rurais, que é motivo de insatisfação do setor, é ainda pior para a região Sul, que não se enquadra em critérios de perdas materiais.

“Todo mundo sofreu, mas de maneiras diferentes. Como os produtores vão pagar as contas se não tem grãos para colher e vender? Só queremos a oportunidade de poder renegociar o pagamento das contas, com juros mais baixos e carência para poder começar a próxima safra.”

Tratoraço nos municípios

Pelo quarto dia consecutivo as manifestações continuaram ocorrendo na região. Quem não conseguiu comparecer ao ato unificado realizou tratoraços nos municípios.

Em São Lourenço do Sul, o protesto iniciou pela manhã quando cerca de 130 tratores percorreram a zona urbana, o comboio seguiu a concentração durante a tarde na BR-116.

Em Pelotas, os produtores mobilizaram em torno de 50 tratores às margens da BR-116 pelo segundo dia seguido. A concentração permaneceria no local até a chegada dos ônibus de quem foi a Porto Alegre.

Uma das produtoras presentes conta que perdeu 60% da soja plantada, além das quebras no arroz. “Iniciamos as taipas de arroz e tivemos que parar porque não tem piso, o solo está muito encharcado”, diz sobre a janela de plantio que se aproxima.

Acompanhe
nossas
redes sociais