Faltam 11 dias para o Concurso Nacional Unificado (CNU), popularmente chamado de Enem dos Concursos. As provas foram adiadas em decorrência da tragédia climática no Rio Grande do Sul em maio e ocorrem no dia 18 de agosto, pela manhã e tarde, em todo o Brasil.
Nesta reta final de preparação, especialistas alertam sobre as especificidades da banca elaboradora e orientam os concurseiros a manter uma rotina previsível e livre da ansiedade às vésperas da avaliação.
A professora de Direito Constitucional e Legislação, especialista em concurso público, Caroline Klein Nunes, disse que os candidatos devem estar preparados para uma prova “cansativa” e com longos enunciados.
“Pela experiência que adquiri ao longo dos anos de sala de aula como professora especialista nessa área, acredito que a banca Cesgranrio [responsável pela elaboração da prova] trará questões com enunciados maiores, o que já é uma característica dela e também se coincide com o tipo de cobrança das bancas de concurso público do âmbito federal”, diz a professora.
Ela cita também que na prova devem aparecer “casos práticos nos quais a banca apresenta a narrativa de uma situação fática para que o candidato responda de acordo com a previsão legal”.
Controle de ansiedade
Segundo Caroline, é comum os candidatos sentirem que “não sabem nada” na semana que antecede a prova. Deve-se, no entanto, driblar essa sensação para controlar a ansiedade, que pode ser extremamente prejudicial no desempenho final.
O psicólogo Marcelo Freda, especialista em psicologia clínica e psicoterapia sistêmica, aconselha os candidatos a manterem uma rotina de previsibilidade durante a semana e no dia da prova.
“É muito importante manter o foco e a atenção e controlar a ansiedade. É bom trabalhar técnicas de meditação e ioga, que ajudam a manter o centro e fixar bem o conhecimento. Tirar um dia antes para descansar e estar bem equilibrado, e no dia da prova evitar imprevistos que acarretam em mais pressão na hora de executar aquilo que estudo”, explica.
A ansiedade pode fazer com que o candidato se desorganize em horários e estude demais e de forma desordenada, alguns até com uso de medicamentos para se manter acordados, diz Caroline.
“Sugiro que nesta última semana o candidato organize horários diários de, no máximo, quatro horas de estudo, apenas para revisar os conteúdos já vistos, testando o conhecimento através da resolução de questões, sem privação de sono e de modo equilibrado, sem exageros”, conclui.
Modelo aprovado
Para quem escolhe a rotina de concursos públicos para tentar ganhar a vida, o modelo do CNU é considerado positivo por enquadrar diversas possibilidades de vagas em uma única prova.
O pelotense Vicente Vargas, publicitário, ator e empreendedor, diz acreditar que o concurseiro quer ocupar um cargo público, independente do órgão ao qual prestará o serviço, e está animado para prestar o concurso no domingo, em fase final de revisão de conteúdo.
Pedro Antunes, 35 anos, lamenta a concorrência para as vagas que requisitou na inscrição, e vai encarar a prova como uma oportunidade de preparação a outros concursos que deve prestar neste ano.
