Sociólogo paulista lança ensaio crítico sobre a obra de Vitor Ramil
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Literatura

Sociólogo paulista lança ensaio crítico sobre a obra de Vitor Ramil

Marcos Lacerda se concentra na trajetória artística do músico pelotense, mas também traz questões relevantes da vida do músico

Por

Atualizado sexta-feira,
02 de Agosto de 2024 às 11:19

Sociólogo paulista lança ensaio crítico sobre a obra de Vitor Ramil
Obra de Lacerda está à venda no site da editora e no sebo Icária de Pelotas (Foto: Ana Cláudia Dias)

O sociólogo e ensaísta Marcos Lacerda acaba de lançar um ensaio crítico e, ao mesmo tempo, uma obra biográfica sobre o músico Vitor Ramil. Em Vitor Ramil, o astronauta lírico (Hedra, 2024), o pesquisador paulista desenvolve uma análise da obra, abordando música, literatura e a Estética do Frio, desde 1979 a 2022. As fontes foram resenhas, dissertações, matérias jornalísticas e entrevistas de Ramil, além de uma conversa inédita que o autor fez com o biografado em Pelotas

Integrando a coleção Acorde da editora Hedra, de São Paulo, o livro é organizado de forma cronológica. A obra tem ainda a apresentação de professor e pesquisador Luís Augusto Fischer. A obra está à venda pelo site da editora (https://www.hedra.com.br/) e pelo sebo Icária em Pelotas. 

Lacerda conheceu a obra de Ramil em 2011 lendo uma matéria no jornal O Globo, a reportagem abordava a Estética do Frio e o disco Ramilonga. Com a curiosidade aguçada, o sociólogo passou a acompanhar os lançamentos seguintes do músico. 

No final de 2019, o pesquisador veio para Pelotas para fazer o pós-doutorado em Sociologia, o que o aproximou do músico. “Mas não é um livro de sociologia, é um livro de ensaio crítico e biográfico”, reforça Lacerda.

Instalado na mesma cidade em que mora Ramil, o sociólogo não quis perder a oportunidade de se debruçar sobre a obra do músico. Esse não é o primeiro ensaio crítico de Lacerda, que em 2019 lançou Hotel Universo – a poética de Ronaldo Bastos, em que analisa a poética de um dos principais compositores do Clube da Esquina.

“Entrei em contato com Vitor, porque eu já tinha publicado um ensaio da Estética do Frio em um outro livro, que eu organizei em 2016, mas sem a pretensão de fazer um livro, entrei em contato para conversar”, relembra. O encontro aconteceu na casa do músico e o ensaísta ainda foi presenteado com o romance Satolep (Cosac & Naify), lançado em 2008, por Ramil. “Conhecia pouco do Vitor ficcionista, conhecia mais o artista da canção. Li o Satolep e resolvi fazer uma pesquisa sobre a obra dele e quem sabe, escrever um livro”, conta.

Experimentação de vanguarda

Para o autor a obra do pelotense está no mesmo patamar de grandes artistas da canção moderna brasileira, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. “Mas não é tão conhecida quanto, claro”, diz. A essa pouco divulgação da obra, Lacerda atribui sobretudo ao período, anterior a Ramilonga, que vai da década de 1980 até 1995, no qual Vitor Ramil fez uma série de shows experimentais temáticas com o personagem Barão de Satolep. O interesse pela vanguarda e a aposta na  experimentação formal, interessou muito Lacerda. 

“Ele está conversando com o concretismo paulista, o formalismo russo, com poesias de vanguarda de poetas conhecidos e fazendo composições experimentais”, relembra. E é esse Ramil um pouco distante da conhecida temática sulista, que mais aparece no livro. 

Acompanhe
nossas
redes sociais