Presidente do Sicredi Interestados RS/ES há 33 anos, Nilson Loeck conta a trajetória da cooperativa que nasceu de uma organização de 27 agricultores na Zona Sul e está presente em 14 municípios da região. Atualmente são 105 mil associados e mais de 400 colaboradores.
Como nasceu o Sicredi?
O Sicredi em Pelotas começou com 27 agricultores, em 1985, que fundaram aqui a nossa cooperativa. Quando eu assumi em 1990, nós não paramos de levar à população o que significa uma cooperativa de crédito. Fazíamos reuniões em qualquer lugar, em galpões, embaixo de árvores, qualquer lugar onde tivesse pessoas.
Como foi a expansão da cooperativa?
Foi assim até 2007, só agricultores tinham conta no Sicredi. Depois fomos autorizados pelo Banco do Brasil a ser de livre admissão, a partir daí não paramos mais. Hoje qualquer profissional liberal, empresas, indústrias podem ser associadas. Isso nos deu uma alavancagem muito grande, todos produzem riqueza em suas atividades, tudo gera recursos.
Qual a diferença do Sicredi para um banco convencional?
Na hora da sociedade administrar aquilo que produz, vem alguém de fora e leva esse recurso embora. Nós não temos nada contra bancos, mas nós seguramos o recurso dentro das comunidades onde nós estamos. São mais de 200 municípios no Brasil que só têm o Sicredi. No Arroio do Padre só tem o Sicredi, imagina se não tivesse, todo o povo trabalhador de lá, de uma cidade que está se desenvolvendo, iria levar o dinheiro para outras cidades. Esse recurso gira e gera empregos.
E o apoio à Fenadoce?
Desde o início o Sicredi vem apoiando a feira, nas primeiras Fenadoces, o Sicredi assumiu bilheteria, organização, toda a parte financeira passou por nós. É um marco para a história de Pelotas, essa grande organização, com grandes empreendedores que têm aqui. E o Sicredi nunca se afastou da Fenadoce.
Além das doceiras, aqui nós temos as indústrias de conservas, de doces, ainda somos um dos maiores e melhores produtores de pêssego do Brasil. Aqui onde nós estamos [Centro de Eventos] pertencia a uma grande indústria de enlatados.
O embrião vem do trabalho dos agricultores, não adianta fazer festa se não tem comida e os agricultores que são os protagonistas dessa cultura de produzir doces e alimentos, isso faz parte da nossa tradição. Outra coisa, é a mistura de etnias que temos, aqui todos convivem muito bem trabalhando e produzindo, é a particularidade que temos aqui.