Os 25 anos do Collegio Allemão de Pelotas foi celebrado no dia 3 de agosto de 1924 com um recital no salão do Clube Germânia. Este concerto foi organizado pelos professores da entidade Lysande Fischer e Albrecht Toborlente, oriundos da Alemanha. O evento também comemorou o centenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul.
Inativado a partir da 2ª Guerra Mundial, essa entidade era um colégio urbano, de ensino primário e secundário, para meninos e meninas. A fundação ocorreu em dezembro de 1898 e o início das atividades ocorreram na virada do ano. O empreendimento surgiu a partir de uma sociedade escolar formada por imigrantes alemães e teuto-brasileiros, industriais e comerciantes. Como a maioria dos integrantes era protestante luterano, a entidade era filiada ao Sínodo Rio-Grandense.
De 1910 até 1917, a instituição era subsidiada pela Alemanha. Com o desenrolar dos acontecimentos da 1ª Guerra Mundial, os envios foram suspensos até 1923. De acordo com publicação dos pesquisadores Maria Angela Peter da Fonseca e Elomar Antonio Callegaro Tambara, esses doações “elucidam a hipótese de que o Collegio Allemão estabeleceu-se em Pelotas, cumprindo as expectativas de uma política de emigração para a conservação do bem cultural germânico (Deutschtum), com vistas à criação de um mercado consumidor dos produtos das indústrias alemãs”. A intenção era manter nos imigrantes a memória da terra natal por razões políticas e econômicas, “vinculada a um pertencimento étnico e cultural”, conforme o artigo Primórdios de um colégio teuto-brasileiro urbano em Pelotas no final do século 19.
O Clube Germânia, também descontinuado, funcionava no amplo jardim arborizado, no Fragata, no terreno que pertenceu ao industrial Carlos Ritter (1851-1926), um dos sócios fundadores do colégio, sendo membro de honra da diretoria, de 1906 a 1923. Ritter foi o fundador da Cervejaria Ritter.
Atualmente, a Vila Augusta, casa que pertenceu a Ritter, no mesmo endereço do clube, abriga a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.