Dez anos depois de ser instalado em Pelotas, o tradicional Mercado das Pulgas virou patrimônio histórico, cultural e imaterial de Pelotas. Com a Lei 7.352/2024, assinada esta semana, além do reconhecimento, os expositores vão ganhar mais um dia da semana para comercializar seus produtos. O antiquarista Juliano Vilela é membro há dois anos do grupo, mas é como se estivesse desde a primeira edição pelo amor que o ofício lhe proporcionou. Ele comemora a valorização pela visibilidade e o alcance que esse tipo de comércio tem no município.
Como tu começaste a trabalhar com antiguidade?
Eu gosto de antiguidade desde a infância. Sou natural de São Paulo e vim para cá na época da pandemia. Quando ela terminou, mudei de ramo, pois tinha uma loja de roupas lá e aqui, ganhei uma herança com muita antiguidade. Como estava sem nada para fazer, resolvi vender as peças e isso virou um amor tão grande que até montei uma loja.
O que te fez ficar em Pelotas?
Acabei gostando da cidade. Aqui é tão tranquilo morar. Eu deveria voltar para São Paulo, mas com a loja e, agora membro do Mercado das Pulgas, não volto mais.
Como faz para conseguir esse acervo de peças antigas?
Geralmente as pessoas nos procuram através das redes sociais, onde eu divulgo a minha loja, ou então aqui mesmo, no Mercado, quando perguntam se eu compro, ou quando algum familiar precisa se desfazer das peças, nós negociamos.
O consumidor gosta de antiguidade?
Por incrível que pareça, as pessoas em Pelotas, ou grande parte delas, ainda gostam muito de antiguidades. Temos um público bom todos os sábados, e conforme a prefeita (Paula Mascarenhas) falou, o Mercado vai ser às terças também a partir do mês que vem (agosto). Temos um fluxo muito grande de pelotenses e também de pessoas de fora que vêm conhecer.
Qual a importância do Mercado das Pulgas se tornar patrimônio de Pelotas?
É muito gratificante para nós, que estamos aqui há dez anos, esse reconhecimento. Todos nós ficamos muito felizes. Isso (condição de patrimônio) vai ajudar muito mais a nós com as vendas e, automaticamente, nas vendas do comércio do Mercado Central.