O adiamento da 30ª Fenadoce em função das enchentes de maio serve como oportunidade para muitos comerciantes que foram direta ou indiretamente prejudicados pelo desastre natural. Para quem é da Zona Sul do Estado e sofreu com perdas por causas de temporais e ventos fortes, é a chance de se reerguer economicamente ao expor seus produtos aos milhares de visitantes que devem passar pelos pavilhões do Centro de Eventos até o dia 4 de agosto.
O exemplo é a agricultora familiar de Morro Redondo, Nara Beatriz da Rosa Piske, 54. Ela teve bastante prejuízo com os temporais de vento que atingiram a região no final de março deste ano, levando cercas, aramados e telhas da Granja das Figueiras, que produz ovos coloniais. Os bens materiais foram recompostos aos poucos, mas o emocional ainda segue abalado e só a participação em feiras tem ajudado os granjeiros.
“A Fenadoce é uma oportunidade, onde trabalhamos mais o marketing e não tanto a venda direta”, explicou Nara. Para ela, divulgar seu produto, a forma como ele chega até o consumidor é o mais importante. “É o esforço que passamos no dia a dia e a qualidade que entregamos. Isso vai render bons frutos”.
Entre os expositores de outras regiões como Serra, Vales e Metropolitana, o exemplo de superação vem de São Leopoldo, uma das cidades mais castigadas pela enchente. Eleno da Silva Santos, 38, voltou recentemente para sua casa e já precisou sair por um motivo muito promissor: vender os artigos da loja que trabalha na Fenadoce. Junto ao filho de um ano e seis meses, ele relata os momentos difíceis que passou ao longo desses dois meses, pois teve que deixar tudo para trás.
“Perdi a mobília, roupas e eletrodomésticos. Muita coisa. Mas sei também que recebi ajuda de pessoas aqui de Pelotas, que nem sei que são”, comentou. Ele conta que foram dois meses muito cansativos, mas que agora é o momento de recomeçar, participando de feiras. A Fenadoce está sendo uma grande incentivadora na vida de Santos. “Vamos nos agarrar com as duas mãos para dar a volta por cima”.
Sucesso
Se depender da movimentação nos Pavilhões do Centro de Eventos, os expositores vão conseguir bons frutos e renda que falta para recuperar os bens perdidos. Só na tarde desta quinta-feira, os corredores estavam cheios de visitantes, em todos os setores e, claro, na cidade do Doce, principal atração do evento que segue até o dia 4 de agosto.
