Festa do Doce Colonial atrai milhares de pessoas a Morro Redondo

Tradição doceira

Festa do Doce Colonial atrai milhares de pessoas a Morro Redondo

Tradicionais doces feitos no tacho são parte da história e têm relevância social e econômica para o município

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Atualizado domingo,
07 de Julho de 2024 às 19:28

Festa do Doce Colonial atrai milhares de pessoas a Morro Redondo
Culinária típica do Morro Redondo atrai milhares de pessoas. (Foto: Jô Folha

Morro Redondo, com pouco mais de seis mil habitantes, recebeu somente neste domingo no Centro da cidade mais de cinco mil pessoas para celebrar a cultura colonial. Com ampla variedade de frutas cristalizadas, em caldas, geleias, cucas chopp e música ao vivo, foi realizada a 6ª Festa do Doce Colonial. Durante o final de semana, além dos tradicionais doces, 30 expositores comercializaram comidas típicas, com influência alemã, artesanato e produtos da agricultura familiar.

Reconhecido como Patrimônio Imaterial pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o tradicional doce feito no tacho faz parte da história do Morro Redondo e tem relevância social e econômica para o município. Por isso, a realização do evento tem o propósito de celebrar a cultura e fomentar a cultura doceira. A atividade faz parte da vida das famílias, sendo um conhecimento passado através das gerações.

O convite “venha mexer o doce no tacho”, chama os turistas para conhecerem o processo de fazer as iguarias coloniais. (Foto: Jô Folha)

Uma das pessoas que cresceu vendo “o mexer no tacho” de doces foi Dóris Beatriz Rossler. A doceira participa de todas as edições do evento comercializando diversas variedades de produtos cristalizados, em calda e geleias. A movimentação intensa no seu estande demonstrava a qualidade dos produtos feitos com muito carinho. “Eu faço doce desde nova, minha mãe e minha vó faziam e nós estávamos sempre na volta e eu segui fazendo”. De acordo com Dóris, dentre as delícias coloniais, o doce de leite e as ambrosias são os mais procurados. “É tudo de bom, movimenta muito a cidade”, diz sobre a Festa.

Durante todo o domingo, o evento movimentou o Morro Redondo. (Foto: Jô Folha)

A história por trás do evento e o turismo
O doce colonial foi um produto concebido para garantir a segurança alimentar dos morro-redondenses. Com a grande disponibilidade de frutas, os moradores viram no açúcar um aliado para conservar os alimentos através da cristalização e das caldas. “E acabou transformando as frutas nessa maravilha que são os doces coloniais”, destaca a extensionista rural da Emater, Adriane Lobo. Uma das coordenadoras do evento, ela explica a importância do doce nas relações familiares, na cidade cerca de 90% das pessoas têm algum conhecimento sobre as receitas coloniais.

Por isso, o reconhecimento de Patrimônio Imaterial como um instrumento serve para enaltecer e preservar a cultura do “saber fazer” doces coloniais. “Quase todas as pessoas de Morro Redondo se envolvem de alguma forma, seja porque têm o doce para passar no pão ou porque produzem para comercializar”, explica Adriane.

Para a extensionista, dentre as variedades, os cristalizados são os doces mais procurados, assim como as passas de pêssego, iguarias, que atualmente somente três famílias produzem no município. “Estamos buscando fomentar a manutenção desse saber fazer”.

Desde 2018, quando foi realizada a primeira Festa do Doce Colonial, as edições do evento têm sido um sucesso. A organização é uma iniciativa da Associação de Empreendedores de Turismo de Morro Redondo (Aetmore) e da Prefeitura com o auxílio de outros apoiadores. Além de compartilhar a cultura e celebrar as produções, o objetivo é movimentar as vendas dos associados, assim como e ter mais uma iniciativa para impulsionar o turismo na região. Há alguns anos, o Morro Redondo tem investido na atividade turística para torná-la um segmento forte na geração econômica.

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