Fernando Silveira, 29, natural de Pelotas, é ilustrador e diretor de arte. Trabalha como ilustrador no Estúdio Erro há três anos, colaborando em Pelotas com os restaurantes Nave, Madre Mia e Meio Café, além de parcerias com a Idealiza Cidades. Uma das últimas entregas de Fernando foi um livro ilustrado para o lançamento do bairro planejado Parque Una, em São José dos Campos (SP). Em 2024, ele ilustrou todos os quadros do projeto Epifania da cantora Cristal, de Porto Alegre. Para 2025, o ilustrador está focado em desenvolver trabalhos autorais.
De que forma se iniciou a sua trajetória como ilustrador?
Comecei a desenhar na infância e, embora trabalhe com ilustração desde o ensino médio, esta só se tornou ocupação de verdade em 2022. Entrei no Estúdio como artista 3D, criando modelos e renders, mas foi ali que retomei a ilustração e o design gráfico. Nesse período, criei meus primeiros rótulos para a cervejaria da Nave e, desde então, tenho focado na ilustração.
O que te fez acreditar que poderia seguir nessa profissão?
Desde criança, o desenho sempre fez parte de mim. O apoio da família e amigos foi crucial para acreditar no meu potencial. Quando percebi que o que fazia ia além de um hobby, decidi me aprofundar no mercado de ilustração, buscando cursos e capacitação. Descobri um mercado forte e amplo, mas ainda pouco explorado.
Quais foram os desafios de ser desenhista e como você lidou com isso?
No período em que saí do IFSul e entrei na faculdade de Arquitetura, houve um hiato no trabalho como ilustrador. Nesse período, naturalmente, me afastei do desenho. Com o apoio da família, que veio também na forma de uma mesa digitalizadora, retomei o desenho e me aprofundei no digital. Isso trouxe um salto enorme na qualidade do meu trabalho em comparação ao que fazia antes.
Quais foram as vivências mais importantes que você destaca na carreira?
Sem dúvida, as conversas com alunos do curso de Design no IFSul, a convite do Centro Acadêmico do Design IFSul, e com alunos do Centro de Artes da UFPel, foram marcantes. No segundo encontro, ainda realizamos uma atividade de desenho juntos. Retornar a esses espaços com uma nova perspectiva e compartilhar experiências foi especial, pois acredito muito na importância de passar adiante o que temos a oferecer. Além disso, participar do álbum-filme da cantora Cristal foi incrível, assim como conhecer e trocar ideias com KL Jay, uma das minhas grandes referências, graças à ilustração.
Como funciona a relação entre ilustração e arquitetura na sua vida?
A arquitetura me trouxe base técnica na ilustração, com lições de proporção, luz, sombra e pesquisa de referências. Apesar de não atuar na área, esses ensinamentos, junto à minha formação autodidata, vão além do trabalho e seguem essenciais.