Nutricionista e profissional de educação física, Carolina Hax tem 38 anos e é mestre em treino de alto rendimento desportivo e doutoranda em ciências de saúde. Durante a formação em educação física, realizou intercâmbio em Portugal, onde atuou na Federação Portuguesa de Voleibol como treinadora, árbitra e na gestão esportiva. Concluiu o mestrado em desporto e a formação em personal trainer na cidade do Porto.
Atualmente, é nutricionista em um centro clínico de Pelotas e atende pacientes em diversas condições. Seu objetivo é promover a cultura de alimentação saudável e estilo de vida ativo para prevenir, tratar e reverter doenças crônicas, além de estimular a longevidade.
Como você define o impacto da sua profissão na vida dos pacientes?
A nutrição tem um papel transformador na vida das pessoas. Não se trata apenas de orientar sobre escolhas alimentares, mas de auxiliar cada indivíduo a enxergar a alimentação como um dos pilares centrais para viver melhor e por mais tempo.
Quais foram os momentos mais significativos da sua trajetória que moldaram sua atuação?
Por ter sido uma criança bastante agitada, meus pais buscaram outras atividades, fora do turno escolar, para que eu pudesse além de aprender algo, gastar energia. Muito cedo entrei para aula de voleibol no Colégio Assis Brasil, com o professor Elbio, referência para mim na área. Ele foi o responsável por “despertar” minha paixão pelo esporte. Como profissional de educação física, meu objetivo é a promoção da saúde física e mental. A nutrição vem entrelaçando e complementando, sobremaneira, para a mudança no estilo de vida. Foi após perder meu pai em 2020, vítima de câncer e das consequências de maus hábitos e dependência do tabaco, que essa experiência se tornou um marco determinante na minha vida. Hoje é o que me move: a prevenção, o tratamento e a reversão de doenças. Ver meus pacientes com saúde e felizes.
Como as pessoas podem encontrar tempo para cuidar da saúde no dia a dia corrido?
É verdade que o mundo atual exige muito de nós, com agendas lotadas e a sensação de que “não sobra tempo”. Mas cuidar da saúde não precisa ser algo grandioso ou demorado, pode ser sobre criar pequenos hábitos e integrá-los na rotina de forma prática. Um bom exemplo é priorizar refeições simples e naturais. Em vez de investir horas na cozinha, é possível preparar marmitas saudáveis no final de semana para facilitar os dias corridos. Outra dica essencial é definir prioridades: no trabalho, pequenas pausas de 5 a 10 minutos podem ser usadas para respirar fundo, levantar e se movimentar.
Existem pensamentos em relação a uma boa qualidade de vida que é preciso esclarecer?
Gosto de desmistificar que saúde está ligada ao “tudo ou nada”. Não precisa seguir uma dieta rigorosa ou fazer horas de academia. Comer mais vegetais, beber mais água, evitar o excesso de ultraprocessados e reservar 15 minutos para se desconectar do estresse já faz toda a diferença. Pequenas mudanças somadas ao longo do tempo têm um impacto enorme nos resultados. O importante é começar, mesmo que seja com algo simples. Enxergo o autocuidado como um investimento a longo prazo. Quando escolhemos cuidar do corpo e da mente hoje, estamos investindo em anos de qualidade de vida futura. E isso vale cada esforço. Por nós e pelas pessoas que amamos.
