O secretariado anunciado até agora pelo prefeito eleito Fernando Marroni (PT) é alvo de críticas e já desagrada partidos aliados. A discordância mais clara é do vereador Cauê Fuhro Souto (PV), que criticou publicamente os nomes anunciados até agora. Fuhro Souto é presidente do PV, partido que integra a federação com PT e PCdoB.
O vereador reclamou da indicação da arquiteta Carmen Vera Roig para a secretaria de Cultura, lamentando não ter sido escolhido um nome do meio cultural. “O Partido Verde não se sente representado nessa federação, muito menos pela secretária, que tenho o maior respeito […]. A senhora deveria estar ou na pasta da Mobilidade, ou em tantas outras pastas ou cargos”, disse.
Também criticou a escolha da presidente municipal do PT, Angela Vitória, para a secretaria de Saúde. Fuhro Souto reclamou de ela não ter convidado o PV para reuniões nas eleições e questionou a qualificação dela para o cargo, sugerindo o nome do vereador Rafael Amaral (PP). Além de presidente do PT, Angela é professora de Medicina da UFPel, mestre em Epidemiologia e doutora em Saúde Coletiva.
Coube a Rafael Amaral amenizar o discurso de Cauê. “Em nenhum momento o meu partido, e nem eu, nos colocamos à disposição para assumir da Saúde neste governo, porque eu acredito que para que eu pudesse assumir eu teria que ter o prefeito entendendo que precisa fazer modificações radicais na gestão da saúde […] Foi indicada uma médica que tem qualificação. Tomara a Deus que ela tenha também uma forma de conversar com aqueles que pensam diferente”, afirmou.
E mais:
- A expectativa de um salário menor do que o esperado frustrou diversos nomes que já estavam com um pé dentro do governo, o que fez com que partidos precisassem apelar para um “banco de reservas” em suas indicações.
Em meio às indefinições, partidos que não integraram diretamente a coligação do prefeito durante o período eleitoral reclamam de não ter o poder de indicar diretamente os nomes, sem passar pelo crivo de Marroni, e até mesmo cogitam abandonar a base do governo que ainda nem iniciou.
Esse possível afastamento, inclusive, pode afetar o acordo já existente para a presidência da Câmara, em que partidos da base e independentes se articulam para eleger Michel Promove (PP) presidente no primeiro ano de legislatura.