Dois dos principais patrimônios históricos de Pelotas que estão em processo de revitalização devem estar abertos ao público somente no próximo ano. Demora na entrega de equipamentos e processos licitatórios seriam os principais entraves para a reabertura ao público do Parque da Baronesa e o Theatro Sete de Abril.
O governo eleito aguarda informações oficiais sobre datas e a confirmação sobre o local da solenidade de posse, com possibilidade de ser no teatro quase bicentenário e que está fechado há 14 anos. Independentemente da resposta, a promessa é que os dois pontos turísticos estarão abertos ao público ainda em janeiro.
O diretor-presidente do Theatro Sete de Abril, Giorgio Ronna, diz que diariamente faz contato com a empresa vencedora da licitação das 202 cadeiras para confirmar a data da entrega e instalação, com vias que tudo ocorra até o dia 28 de dezembro. Quanto à caixa cênica, ainda está tramitando o resultado da licitação. O local passou por reforma física entre os anos de 2019 e 2022. Depois, o processo foi de aquisição e instalação de equipamentos, como rede elétrica e climatização. Os processos de licitação tanto para as poltronas quanto para a caixa cênica foram abertos no final de agosto com vencimentos no início de setembro.
Obra do Sete de Abril recebeu R$ 6 milhões em recursos do Iphan através do PAC. (Foto: Jô Folha)
Para a obra foram repassados R$ 6 milhões em recursos do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) através do PAC, com contrapartida da Prefeitura. A previsão era inaugurar dia 2 de dezembro, data em que comemorou 190 anos de existência. “A caixa cênica está em análise de recursos”, atualiza Ronna. Com isso, fica indefinida a data de reinauguração.
A Baronesa
Não menos imponente do que o Theatro Sete de Abril, o Parque da Baronesa, no bairro Areal, também está com parte da área restrita ao público, além do Museu, para obras de estruturas de esporte e lazer e o restauro. O titular da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Roberto Ramalho, informa que a quadra poliesportiva está concluída, feita pintura e alambrado. Nesta semana serão colocados os equipamentos. Nas quadras de areia, estão finalizando os alambrados, mas já contam com areia e demarcação. O parque também está com iluminação concluída e o mobiliário em processo de instalação.
Para a revitalização do parque estão sendo investidos mais de R$ 7 milhões, sendo 5,7 com recursos do programa Avançar no Turismo do governo do Estado, do Esporte e R$ 1,28 milhão como contrapartida do município. O projeto inclui quadras esportivas e a conclusão da estrutura de concreto que vai abrigar um deque de madeira que contorna parte do lago. Também são feitas melhorias de iluminação, construção de praça, playgrounds, paisagismo, pavimentação de caminhos, mobiliário urbano e anfiteatro ao ar livre. A parte contemplada é de aproximadamente 9.150 metros quadrados.
No casarão que guarda o Museu, o secretário de Cultura, Paulo Pedroso, conta que já foi concluída a restauração da cobertura cerâmica, incluindo substituição da estrutura de madeira e colocação de subcobertura, além dos pisos, forros e roda-forros de madeira. Na área externa, as fachadas receberam limpeza, com a remoção de elementos espúrios e foram reconstituídos os trechos de revestimento para a preparação da pintura.
Um dos destaques da casa, os azulejos, principalmente os de alto relevo, foram todos limpos. Houve intervenções ainda nas estátuas da platibanda, consolidação de trincas nas paredes internas, restauração dos pisos de ladrilho hidráulico, de mármore e de grês, além das esquadrias de madeira e dos elementos metálicos.
Atrações
Para a coordenadora de projetos do Sebrae, Jussara Argoud, a abertura desses dois atrativos turísticos para Pelotas é muito importante porque as pessoas querem ter experiências diferentes. “Hoje, poder interagir com esses espaços culturais e que trazem junto consigo uma história da nossa cidade, da região, é fundamental, pois oferece uma experiência diferente para as pessoas”, argumenta.
A especialista explica que os turistas não querem mais só passar pela frente dos prédios, e sim, interagir com o ambiente, conhecer a história de cada local, para ter a sensação de como era a vida e os costumes da época. “Penso que, além disso, de ser um prédio histórico, a atração turística tem que ter também a integração da economia criativa com apresentações musicais, de teatro, de exposições artísticas, enfim, que possa agregar mais valor à visitação do turista nesses empreendimentos e em outros da nossa cidade”, pontua.
