As mães dos estudantes da escola Dom Antônio Zattera vinculada ao Instituto de Menores seguem mobilizadas na tentativa de impedir o fechamento do Ensino Fundamental na instituição. Três dias depois da primeira manifestação, um outro ato com cerca de 40 pessoas foi realizado na tarde desta sexta-feira (29), em frente à prefeitura de Pelotas.
O protesto com cartazes, caixa de som e a banda do Imdaz reivindicava à prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e ao prefeito eleito Fernando Marroni (PT) a renovação do convênio do município com a escola que auxiliava com recursos na manutenção do Ensino Fundamental. A partir da suspensão da colaboração, a escola comunicou que não haverá matrículas para turmas de 1º ao 4º ano. A principal queixa das mães é que em outras escolas elas não iriam encontrar a qualidade do ensino e da assistência do Imdaz.
“É uma escola de turno integral, tem cinco refeições por dia, uniforme, fora a assistência médica, as crianças fazem muitas coisas lá, além das aulas”, relata Gabriela Mognon, mãe de três alunos. Outra manifestante, mãe de um estudante do 2º ano, também ressalta o suporte prestado pelo Imdaz. De acordo com Taisa Gonçalves, por meio das parcerias com serviços médicos, a criança foi diagnosticada com TDAH. “Lá tem neuro, ele foi ao oftalmologista e colocou óculos gratuitos por lá”.
Além disso, as mães relatam já terem procurado vagas em outras escolas próximas no bairro Areal e que não teriam encontrado. “Não tem, meu filho vai ter que ir para escola em outro bairro. Tem mãe que não trabalhava, colocou o filho lá [Imdaz] e voltou ao mercado de trabalho”, ressalta. No total, são 175 alunos que terão que ser transferidos para outras escolas.
Vagas na rede pública e demanda no Ensino Infantil
Conforme a prefeitura, desde 2023 a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) mantém diálogo com a gestão do Imdaz sobre o convênio para o Ensino Fundamental. No entanto, a principal demanda educacional identificada na região seria a educação infantil.
Ainda segundo o município, desde o ano passado foi esclarecido à gestão do Imdaz que a ampliação do convênio não é viável por não haver respaldo para a utilização de recursos do Fundeb para este tipo de convênio no ensino fundamental e que há disponibilidade de vagas na rede pública municipal.
A Smed destaca ainda seu papel de parceira da instituição, mas não de sua mantenedora, oferecendo apoio “dentro das possibilidades orçamentárias e sempre em conformidade com as normas vigentes”. A gestão municipal diz não ter como justificar frente aos órgãos de controle a destinação de recursos orçamentários para vagas em escola privada, tendo disponibilidade na rede pública.