Mães de alunos da Escola de Ensino Fundamental Dom Antônio Zattera se manifestaram contra o fechamento das turmas de ensino fundamental da escola. O movimento ocorreu após o comunicado de que não haverá rematrículas para turmas de 1º ao 4º ano, em razão da falta de recursos do município que permitam a continuidade das atividades escolares. O protesto aconteceu em frente ao prédio do Imdaz e reuniu cerca de 40 mães.
Com cartazes dizendo “Salvem o Imdaz” e “Não ao fechamento da Escola Dom Antônio Zattera”, os responsáveis pelos estudantes optaram pela mobilização popular como uma maneira de reivindicar para que a escola permaneça em funcionamento. Além de informar a não efetivação do cadastro dos estudantes, a nota divulgada pela escola orienta os pais “que façam a inscrição dos alunos na rede municipal através da Central de Vagas”.
Para Andressa Souza, 34 anos, mãe de uma aluna que frequenta o período pré-escolar do instituto, o encerramento das turmas provocaria consequências significativas no ensino da menina, dada uma série de motivos. O principal deles tem relação com a condição da criança. “Minha filha tem autismo. Ela só foi aceita aqui no Imdaz, em nenhuma outra escola. Se ela sair daqui, não só ela como outras crianças com dificuldades, vai ser difícil para nós mães”, garante.
“A minha pequena passa todo o dia aqui, vai para casa só para poder descansar. A rotina de todos eles aqui é uma. Se forem para outra escola, isso vai mudar completamente. E não é só autismo, existem crianças com várias dificuldades e os pais precisam da escola”, acrescenta Andressa. “A minha filha tem estrabismo, e quem correu atrás de oftalmologista e conseguiu óculos para ela foi a escola. É uma escola maravilhosa”, manifesta outra mãe.
Palavra da diretora
Segundo a diretora da escola, Patrícia Frank, neste ano o funcionamento do tempo integral foi possível através de fundos próprios e doações da comunidade, além de outras parcerias. Para o próximo ano, houve a tentativa de uma parceria com a prefeitura, até o momento sem sucesso. Em meio a esse contexto, são 175 crianças que ficariam na busca de vaga em outras escolas.
“Após inúmeras tentativas, a prefeitura chegou ao final das discussões nos dizendo que não seria possível, pois tem outras prioridades como as vagas para a educação infantil. E que o ensino fundamental tem vaga na rede, então nossa escola não é prioridade, embora seja de turno integral”, explica a diretora. “Infelizmente não conseguimos mais arcar com os custos da escola”, acrescenta.
Justificativa da prefeitura
Conforme a prefeitura, desde 2023 a Secretaria Municipal de Educação e Desporto mantém diálogo com a gestão do Imdaz, que tem solicitado a ampliação do convênio para o atendimento no ensino fundamental. Contudo, a principal demanda educacional identificada na região refere-se à etapa da educação infantil, e não ao ensino fundamental.
Ainda segundo o município, desde o ano passado foi esclarecido à gestão do Imdaz que a ampliação do convênio para a oferta de vagas no ensino fundamental não é viável por não haver respaldo para a utilização de recursos do Fundeb para este tipo de convênio no ensino fundamental e nem disponibilidade de vagas na rede pública municipal.
A Smed destaca ainda seu papel de parceira da instituição, mas não sua mantenedora, oferecendo apoio “dentro das possibilidades orçamentárias e sempre em conformidade com as normas vigentes”. A gestão municipal diz não ter como justificar frente aos órgãos de controle a destinação de recursos orçamentários para vagas em escola privada, tendo disponibilidade na rede pública.