“Lidar com o público é uma coisa que está no sangue”

Abre aspas

“Lidar com o público é uma coisa que está no sangue”

Conhecido pelos ternos excêntricos, Michel Saldanha ou “Michel Gravatinha”, como é chamado, é um assistente comercial de 27 anos que aborda a população no calçadão da rua Quinze de Novembro para uma empresa de cursos profissionalizantes

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Atualizado terça-feira,
09 de Julho de 2024 às 08:06

“Lidar com o público é uma coisa que está no sangue”
Michel Gravatinha é uma figura conhecida no Centro. (Foto: João Pedro Goulart

Conta um pouco da tua história: desde quando tu trabalha aqui?

Eu não sou daqui. Sou natural de Alegrete. Fiz o meu nome lá na minha cidade e na franquia também, que as outras franquias me conhecem, em outras áreas. Depois eu trabalhei de promotor de vendas em farmácia de Alegrete. Bombei lá também. Saí em jornal, saí em “peso” de coisa lá. Recebi a oportunidade de vir pra Pelotas e abracei, porque eu não conhecia Pelotas, não sabia como era. Queria ver a cultura, saber como era o povo. Já estou aqui há um ano e quatro meses, eu acho. Que me mudei, de sair do meu habitat, da minha cidade, foi no ano passado. Desde então, eu estou morando e trabalhando aqui.

O que te interessou para vir a Pelotas?

Na verdade, a gerente daqui fazia tempo que ela estava me “caçando”, ela me “caçou” no Facebook. Como eu gosto muito da franquia e gosto de fazer o que eu faço, de estar abordando, estar brincando com um, brincando com outro, aceitei. Vim, mas não conhecia a Pelotas, não tinha nem conhecimento. Adorei, achei bem bom, fiz “peso” de amizades aqui, que eu não imaginava que eu ia fazer. O povo brinca comigo, achei bem interessante isso. Pelotas foi uma cidade que me abraçou também, que gostei muito e eu não tenho que reclamar. Acho que cada cidade tem um jeito, tem costume, tem uma cultura e a gente vai conhecendo. Eu não conhecia, acabei conhecendo e não é a toa que eu estou aqui.

Qual a tua marca?

A minha marca é a gravata. Eu tenho 20 gravatas, cada uma com uma cor para combinar com os blazers que eu tenho. Eu tenho cinco blazers: um dourado, um do arco-íris, que é LGBT, um todo no paetê, um rosa glitterizado e um rosa salmão. O povo pergunta se é a empresa que deu os blazers. Não. Os blazers foram comprados com o meu dinheiro.

Como é que funciona essa questão de chegar nas pessoas?

Como eu sou assistente comercial, a minha função é abordar as pessoas, trazer a pessoa para conhecer a empresa. Mas todo dia pra mim é uma luta. A gente é guerreiro. Porque nada é fácil. Tem gente que é educada, tem gente que é arrogante, mas eu não levo para o coração. Porque acho que é uma coisa que não vem de mim. Eu sou sempre alegre, sempre brinco, sempre fui guerreiro também. Não é à toa que toda a minha caminhada de Alegrete para chegar até aqui foi o que eu plantei e agora eu estou colhendo. Eu estou feliz, é uma coisa que eu gosto muito. Lidar com o público é uma coisa que está no sangue, porque na minha função aqui tem que gostar do que está fazendo. Tem que gostar, porque não é fácil. Tem gente que nem conversa, tem gente que passa reto, tem gente que é super simpático, que é educado, tem gente que não é tanto. Todo mês eu tenho uma meta e a gente tem que correr atrás.

E a tua vida pessoal?

Eu sou da casa para o serviço, do serviço para casa. De vez em quando eu vou no Parque Una, no shopping, mas não tenho muita amizade fixa pra dizer “ah, vamos sair”. Eu sou mais reservado. Aqui é meu lado profissional, mas o meu lado pessoal é mais reservado. Eu conheço “peso” de gente, os clientes aqui, dou risada, mas no meu lado pessoal sou mais fechado, sou mais quieto na minha, não tem muita gente para sair comigo. Eu já conheço todo mundo, mas está difícil para sair.

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