Patrono falou sobre a importância da literatura
Eram 19h49min quando o soou o sino na praça Coronel Pedro Osório anunciando, oficialmente, o início de mais uma edição da Feira do Livro de Pelotas, esta em especial, a 50ª. A concorrida cerimônia, no final da tarde desta quinta-feira (31), foi marcada pela emoção e pela alegria de mais um evento preparado para receber os leitores. Na Tenda Cultural, o patrono, o professor José Luís Marasco Cavalheiro Leite, teve sua trajetória destacada e foi homenageado pelo governador, Eduardo Leite (PSDB), seu filho, orador desta edição. Para a empresária Bete Lovatel, presidente da Câmara do Livro de Pelotas, entidade realizadora do evento, a ligação familiar entre patrono e orador reforça o tema deste ano: Conectando gerações, construindo futuros.
“Quando decidimos o tema deste ano a Feira efetivamente começou a tomar forma. A escolha do nosso patrono e orador são um capítulo à parte, o foco não é a formação deles, e sim o legado tão bem traduzido de pai para filho. Sem falar que o professor Marasco está conosco desde a edição número um da Feira”, falou Bete Lovatel, no seu discurso.
A presidente do evento falou sobre as dificuldades de se fazer o evento e agradeceu aos patrocinadores e parceiros do evento. “Todos têm algo em comum, o olho brilha quando falamos na Feira do Livro e dos livros. Foi uma conquista coletiva”, comentou.
Presente no evento, a prefeita, Paula Mascarenhas, falou que esta edição tem para ela um sabor muito especial, por ser a última que ela acompanha como chefe do executivo. “Este sempre foi para mim um evento muito especial, mas como prefeita vi a Feira se consolidar, se fortalecer, se reinventar. A Feira é um momento de conexão entre as pessoas, entre as gerações e de conexão com essa ferramenta que abre portas, caminhos, novos horizontes, nos reconecta com o que temos de humanos, com as nossas emoções, nos traz conhecimento e nos traz liberdade. É a possibilidade de, pelo livro, construirmos uma sociedade melhor”, disse.
Bete Lovatel, presidente da Câmara Pelotense do Livro, disse que o evento é resultado de muitas mãos (Fotos: Jô Folha)
Desde o primeiro ano
Ontem, pela manhã, o professor falou ao jornal A Hora do Sul que se sentia muito honrado de ter sido o escolhido como patrono da Feira do Livro. “Vejo nisso uma tentativa de adequação destas figuras do patrono e orador ao mote que a Feira, na sua 50ª edição está apresentando. Duas gerações, pai e filho, e parece essa ideia de entrega, transferência de pai para filho sobre responsabilidades com a questão da cultura, do livro e do conhecimento”, disse em entrevista ao A Hora do Sul.
Frequentador desde a primeira Feira do Livro, Marasco lembra que adquiriu livros na edição de estreia em 1960. “Comecei a me lembrar das minhas aquisições primeiras e me lembrei muito dos poetas, que fulguravam numa editora chamada Editora do Autor, criada por intelectuais do Rio de Janeiro, que trouxe para conhecimento geral alguns dos mais brilhantes poetas brasileiros, como Paulo Mendes Campos, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes. Eu tinha 15 anos e era ávido por poesia”, relembra.
Marasco também conta que economizava dinheiro para fazer essas aquisições de livros cuidadosamente editados pela editora carioca José Aguilar. “Eu queria ter grandes autores editados por esta qualidade muito especial da editora José Aguilar. Algumas dessas obras ainda estão com ele, como os as edições “São lembranças de um jovem que estava formando a sua biblioteca e fazia questão de ter bons autores em boas edições”, conta.
Na noite de ontem ele se emocionou ao falar sobre sua relação com a literatura. Lembrou da importância dos livros e de momentos tragicamente históricos em que os livros foram queimados. “Quem conhece mais palavras melhor traduz seus sentimentos, elabora com maior facilidade seus pensamentos e pode produzir mais e novas ideias”, disse o patrono.
“Hoje eu o vendo como patrono desta Feira eu sinto que a nossa família profundamente enraizada na cultura e no valor inestimável do saberestá agora ligada ao espírito e a história desta celebração com todo o simbolismo por ser a 50ª edição, motivo de excepcional honra. Meu pai, figura que me inspira, sem dúvida um dos maiores responsáveis por eu estar aqui”, disse o governador Eduardo Leite, na sua fala como orador do evento.
Orador lembrou que o pai, o professor Marasco, o inspira
Ao final da cerimônia a organização da Feira distribui 50 troféus que marcam a 50ª edição para apoiadores, patrocinadores e pessoas e entidades que contribuíram para o fortalecimento do evento.
Cinquenta troféus, que marcam a edição especial, foram distribuídos entre patrocinadores, apoiadores, pessoas e entidades que contribuíram para o fortalecimento do evento
Sobre o patrono
José Luís Marasco Cavalheiro Leite é aposentado de Direito, formado em Direito pela UFPel e em Filosofia pela UCPel. Publicou as obras Compreensão da Responsabilidade Civil (2011) e Rastros num Caminho – Jogos de Ficção e Realidade (2013). O professor Marasco, como é mais conhecido, foi escolhido como patrono da 50ª Feira do Livro de Pelotas por sua contribuição à educação, seu amor pelos livros e seu incentivo à leitura entre gerações, começando por seu núcleo familiar
Conversa com os Escritores
Hoje, dentro da programação do projeto Conversa com os Escritores, promoção do Sesc-RS, que acontece às 18h, na Tenda Cultura. O primeiro convidado é o escritor e mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS, Carlos Guimarães compartilha um pouco do conteúdo de seu novo livro Ruy Carlos Ostermann: um encontro com o professor.
A obra retrata a trajetória de Ostermann, desde a infância até os dias atuais, destacando momentos marcantes de sua vida como estudante, professor e comunicador, além de sua carreira política. Para tornar o evento ainda mais especial, estará presente na Feira do Livro Cristiane Ostermann, filha de Ruy Carlos, que mediará a conversa ao lado do jornalista Clayton Rocha, coordenador do programa Pelotas Treze Horas.
Programação sexta-feira (1)
Alameda das Crianças
14h/21h – Atividades Diversas – Equipe Bibliotheca Pelotense
14h – Oficina de preservação do patrimônio
15h30min – Atividades Literárias – livro: Dia do Saci/Dia das bruxas
Tenda Cultural
13h30min – Escola Sesi -Projetos Zine, Lótus e AVC
14h e 15h – Grupo Malv com Hora do Conto
16h – Daiane Lages Ferreira com Hora do conto com Museu Gruppelli, leitura do Gibi Lendas Rurais Capítulo II: Feras,Fantasmas e Monstros
17- -Apresentação da Banda CAVG
18h – Conversa com Escritores Sesc convida Carlos Guimarães, com mediação Cristiane Ostermann e Clayton Rocha
Tenda dos autógrafos
18 – A autora Tais Beltrame dos Santos autografa Verbolário da Caminhografia Urbana
