Pelotas vive uma de suas maiores tragédias. Sonhos, que já eram uma realidade em muitos casos, foram interrompidos. Sete jovens com idades entre 15 e 20 anos, Oguener Tissot, uma das grandes mentes incentivadoras do esporte na cidade, e o motorista da van. São nove famílias que choram junto a uma comunidade inteira.
O Remar Para o Futuro é um dos grandes orgulhos dessa cidade. No tempo presente, pois haverá de existir um esforço coletivo para manter em funcionamento a iniciativa de Oguener e sua equipe, em honra também às suas memórias. A partir do projeto, muitas crianças e adolescentes encontraram no esporte um caminho e, sem dúvidas, em breve teremos um atleta formado nas águas do Arroio Pelotas disputando uma Olimpíada. Graças ao esforço de Oguener e tantas outras pessoas que fazem isso funcionar ao longo dos últimos nove anos.
A iniciativa está entre os principais projetos de estímulo esportivo e captação de talentos do Brasil. Por isso, Pelotas precisa abraçar novamente o Remar para o Futuro e garantir sua continuidade. A continuação é também honrar a memória das vítimas e um lembrete da importância de incentivar o esporte com recursos viáveis e possibilidade. Por aperto financeiro, o grupo viajou de van, e não de avião. A falta de recursos é um dos pilares desta tragédia. A partir disso, há que se pensar em maior estruturação para o esporte.
As vítimas eram figuras presentes nas páginas do nosso jornal. Membros ativos e amados da nossa comunidade. Colegas no Pelotense. Os sonhos interrompidos serão uma ferida aberta eternamente no coração de nossa cidade. O legado de Oguener precisa ser preservado e seguir em frente, como uma honra à memória dele e das outras vítimas. Agora é momento de acolher as famílias, os colegas e amigos e as centenas de pessoas que são diretamente atingidas por tamanha dor. O futuro, no entanto, há de ser de envolvimento ainda maior para que o esporte siga incentivando histórias, superação e vitórias, como era o sonho de todos eles.