Problemas no trânsito de Pelotas passam por conscientização e infraestrutura
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Programação

Problemas no trânsito de Pelotas passam por conscientização e infraestrutura

Município faz atividades lúdicas e educativas a partir de quarta-feira; especialista alerta para questões estruturais

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Problemas no trânsito de Pelotas passam por conscientização e infraestrutura
Cerca de 50% dos acidentes de Pelotas acontecem na região central. (Foto: Jô Folha)

Começa na quarta-feira (18) a Semana Nacional do Trânsito, período de enfoque dos órgãos públicos e entidades a ações de conscientização e educação de motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres.

Na Zona Sul, a Ecosul antecipa as ações e inaugura a programação hoje, em alusão ao Dia do Caminhoneiro. A concessionária reforçará a importância do combate ao abuso sexual e distribuirá kits na Balança do Capão Seco.

Em Pelotas, a prefeitura iniciará a série de programações na quarta-feira, com atividade voltada à conscientização das crianças da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Piratinino de Almeida, bairro Areal, em uma apresentação de fantoches.

Problemas estruturais

Apesar das atividades mais lúdicas que dominam a programação divulgada pela prefeitura, Pelotas enfrenta desafios importantes no trânsito, como infraestrutura inadequada, alto índice de acidentes e um transporte público ineficiente.

Essa é a avaliação de Raquel Holz, professora da UFPel que coordena grupo de pesquisa sobre trânsito e transporte na Universidade. Segundo a especialista, há falta de fiscalização no município, o que faz com que muitos acidentes sejam causados pela imprudência: alta velocidade, uso do celular, de drogas e bebidas alcóolicas.

Raquel também cita problemas estruturais: falta de sinalização adequada e poucas vias de escoamento, o que resulta em congestionamentos, especialmente em horários de pico na área central e vias principais da cidade.

Em relação ao transporte público, a especialista aponta que há problemas de frequência e cobertura, “o que faz com que muitas pessoas optem por usar os veículos particulares”.  “Dá para ver a quantidade de automóveis na cidade e, pior, com uma taxa de ocupação muito baixa, só uma ou duas pessoas no interior dos carros”, diz.

Assim, segundo Raquel, os investimentos públicos devem ser destinados para a solução dos problemas relatados: melhoria na infraestrutura, em pavimentação, duplicação de vias e criação de ciclovias e ampliação da sinalização adequada.

“Embora haja alguns projetos de melhoria na cidade, eles muitas vezes não acompanham a velocidade das necessidades”, pondera a pesquisadora. “Um melhor diálogo com a sociedade, por meio de audiências públicas e participação cidadã, seria crucial para alinhar as demandas populares com as políticas públicas”.

Redução de acidentes

Os dados disponibilizados pela prefeitura apontam que houve redução de acidentes em Pelotas nos últimos anos. Até o dia 6 de setembro deste ano, o município registrou 1.383 colisões.

No total, foram 2.198 acidentes em 2023, redução em comparação a 2022, quando foram registradas 2.282 colisões.

Aproximadamente 50% dos acidentes acontecem na área central da cidade, seguido pela Zona Oeste (região do Fragata), com 22%, Zona Leste (Areal e arredores), 15%, e Zona Norte (Três Vendas), 13%.

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