A Cia. de Dança Afro Daniel Amaro celebra 25 anos com três apresentações nesta semana. As obras serão exibidas na sexta-feira e no sábado, às 20h, em formato on-line, e no domingo, às 19h, presencialmente, na Charqueada São João. Os espetáculos integram uma programação comemorativa que se estende até setembro de 2026, com oficinas, circulações artísticas, cursos de verão e apresentações em diferentes cidades. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla.
Pelotas recebe, nesta etapa, São Lázaro, o Omolú dos Humanos, Arqueologia Também Dança: A Dança de Ogum e Dança dos Orixás, obras que marcam a trajetória da companhia, fundada na Vila Castilhos. A proposta é revisitar memórias, espiritualidades e territórios que orientam a criação do grupo desde 1999.
A origem da Cia. está na vivência do bailarino e coreógrafo Daniel Amaro, que iniciou na dança ainda na infância e percorreu formações em ritmos populares, contemporâneo, jazz e balé. A pouca representatividade de artistas negros em grandes companhias de dança brasileiras motivou a criação de um espaço voltado à profissionalização e ao protagonismo de bailarinos negros. Desde 2000, o grupo mantém produção contínua pautada por pesquisa, criação e diálogo com a memória afro-brasileira. São dez espetáculos montados, abordando ancestralidade, arqueologia e narrativas negras do sul do país.
Videoconferência
Na sexta-feira, às 20h, a videoconferência apresenta São Lázaro, o Omolú dos humanos, obra inspirada em pesquisas na região colonial de Pelotas, especialmente em territórios quilombolas e indígenas. A montagem reflete sobre cura, fragilidade humana e o poder da ancestralidade afro-indígena.
No sábado, também às 20h, será transmitido Arqueologia Também Dança: A Dança de Ogum, resultado de investigações realizadas pelo Laboratório de Estudos Interdisciplinares de Cultura Material (LEICMA-UFPel), na Charqueada São João. O espetáculo cria diálogos entre arqueologia e dança, destacando poéticas das culturas afro que se consolidaram em Pelotas. Daniel Amaro conduz depoimentos sobre memórias, bastidores e processos criativos.
No domingo, às 19h, a antiga senzala da Charqueada São João volta a receber a 20ª edição de Dança dos Orixás, um encontro entre corpo, história e simbologias afro-brasileiras. “Antes de cada apresentação vamos exibir depoimentos de pessoas que construíram ou participaram da formação dessa Companhia..Após eu entro para fazer um bate-papo com a galera”, explica Daniel Amaro.
Compromisso com a formação
Ao longo de sua trajetória, a Cia. apresentou-se em diversas cidades do Brasil e em países do Mercosul, sempre acompanhada de equipes profissionais que integram e ampliam a qualidade dos trabalhos.
Parte de seus integrantes formou-se em projetos socioculturais oferecidos à comunidade da Vila Castilhos, reforçando o compromisso do grupo com a formação e a inclusão.
A programação dos 25 anos segue com oficinas, cursos de verão, audições e novas circulações. Em setembro de 2026, estreia seu próximo espetáculo, inspirado na obra de Luiz Melodia. Informações completas estão disponíveis nos canais oficiais da Cia. Afro Daniel Amaro.
