Há 100 anos
Para celebrar os cinquenta anos da Bibliotheca Pública Pelotense, a comunidade de Pelotas se mobilizou em auxiliar a realização de uma quermesse em favor da entidade. Para o evento foram doados dinheiro e diferentes objetos e alimentos. O evento ocorreu no sábado, dia do aniversário.
Entre os produtos alimentícios estavam uma caixa de leite condensado, uma caixa com farinha, 25 latas de conserva, 12 latas de conserva e uma caixa de vinho. Chegaram ainda objetos, como uma cremeira, uma garrafa para água, pares de vasos, 20 metros de tecido, quatro estatuetas de bronze, cinco bonecas e um estojo e 12 colheres de chá.
Diferentes entidades também doaram dinheiro, a exemplo do Banco Pelotense, que fez a maior contribuição, 500 contos de réis. Os realizadores do evento também receberam valores do Banco da Província, de Londres e Sul America, Companhia Fernando Bromberg, Diretoria do Grande Hotel, José Carlos Moraes Patacão, Antônio Rodrigues Barbosa e Pedro Ferdinando Maneiro.
Na história
A Biblioteca Pública Pelotense foi fundada por Antônio Joaquim Dias, também fundador e proprietário do Correio Mercantil, em 14 de novembro de 1875, durante reunião realizada, a convite da imprensa local, nos salões da Sociedade Terpsychore. No local compareceram vários cidadãos pelotenses, entre eles José Vieira da Cunha, que presidiu a sessão.
Após alguns debates, uma diretoria provisória foi nomeada, com o presidente José Vieira da Cunha; vice-presidente, Saturnino E. de Arruda; secretário, Carlos Pinto, e no cargo de tesoureiro o capitão Antônio José Rodrigues de Araújo.
Logo após, com a adesão de Antônio Joaquim Dias à ideia, os sócios resolveram conceder plenos poderes à diretoria, para que a direção organizasse os estatutos, angariasse donativos e trabalhasse para conseguir mais pessoas para compor o seu quadro social.
Os integrantes da diretoria provisória resolveram que fossem considerados sócios fundadores todos os elementos inscritos. Aprovaram por unanimidade um agradecimento especial ao Barão da Graça, por ele ter oferecido uma de suas propriedades, na rua General Vitorino (atual Padre Anchieta) esquina Neto, para o funcionamento da Biblioteca Pública Pelotense, dotada, no início, de 960 volumes.
O prédio da Bibliotheca Pública Pelotense foi construído entre 1878 e 1888, com a obra de expansão finalizada em 1915, resultando em sua configuração atual com dois pavimentos.
Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 95 anos
Com sentimento de patriotismo aflorado, pelotenses vão às ruas celebrar o 15 de Novembro
Na celebração do 15 de novembro, houve em Pelotas uma passeata cívica em homenagem à Proclamação da República. Participaram da atividade os batalhões do 9º Regimento de Infantaria, do 4º Batalhão de Polícia Militar, além de grupos de escoteiros e alunos dos ginásios. Antes do desfile, foi inaugurado na galeria de honra do Paço Municipal o retrato de Getúlio Vargas, então presidente da República.
Ainda, como em anos anteriores, sócios do Clube Carnavalesco Depois da Chuva, fizeram o primeiro passeio popular da entidade, na praça da República, atual Coronel Pedro Osório, acompanhados de uma orquestra e cantando novas canções de carnaval. Os foliões se uniram ao movimento patriótico que surgiu a partir da Revolução de 1930 e com a ascensão do gaúcho Vargas ao poder. Durante a volta na praça, eles arrecadaram doações para o pagamento da dívida externa.
Mudança de regime
No 15 de novembro se comemora a Proclamação da República, uma data importante para o país. Esse evento aconteceu em 1889 e foi resultado da mobilização do Exército e de republicanos civis contra a monarquia instalada no país desde 1822. A partir de um golpe, a república foi instaurada no Brasil e a família real foi expulsa.
A tomada do poder foi resultado de uma longa insatisfação dos militares com o governo monárquico. Atualmente o 15 de novembro é considerado feriado nacional.
Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
