A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em investigação que apura a possível prática de “rachadinha” na administração pública de Bagé, em somas desviadas que podem chegar a R$ 10 milhões para Caixa 2.
Nas imagens divulgadas pela PF é possível visualizar notebooks e documentos sendo analisados pelos agentes, e armas e munição possivelmente apreendidas em uma das residências investigadas.
A ação é um desdobramento da Operação Coactum II, deflagrada em maio de 2024, em decisão expedida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).
A Coactum II apreendeu mídias, dinheiro em espécie e recolhidas possíveis provas sobre os delitos investigados. Dois servidores foram presos em flagrante por peculato, na posse de valores recolhidos de funcionários municipais.
Na Operação deflagrada nesta terça-feira (13), chamada de Coactum III, os alvos são agentes políticos e funcionários públicos municipais suspeitos de recolher e operacionalizar a ocultação e dissimulação de valores desviados.
Apuração
A Operação apura os “crimes de inserção de declaração falsa em prestação de contas eleitorais, conhecido como “Caixa Dois Eleitoral”, organização criminosa, peculato e lavagem de capitais, além de outros possíveis crimes contra a Administração Pública”, segundo a PF. Ao todo, 72 policiais federais executam 34 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal em Bagé, Porto Alegre e Florianópolis.
Segundo apurado pela PF, os servidores públicos comissionados do município de Bagé são obrigados a pagar parte de seus salários para a organização criminosa desde 2017, pelo menos. Os valores foram direcionados em ações com fins eleitorais sem a devida declaração à Justiça Eleitoral.
A prática popularmente conhecida como “rachadinha” teria possibilitado o desvio de mais de R$ 10 milhões.
Coactum
A operação chama-se“Coactum” em referência ao caráter compulsório das contribuições a que os servidores são obrigados a entregar parcelas de suas remunerações, sob pena de exoneração dos cargos.