ANTT inicia processo para encerrar contrato da Ecovias Sul

Polo Rodoviário

ANTT inicia processo para encerrar contrato da Ecovias Sul

Decisão foi confirmada em documento entregue pelo ministro dos Transportes, Renan Filho

Por

Atualizado quarta-feira,
20 de Agosto de 2025 às 18:05

ANTT inicia processo para encerrar contrato da Ecovias Sul
Contrato da Ecovias Sul é válido até março de 2026. (Foto: Jô Folha)

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), iniciou as tratativas para encerrar o contrato da Ecovias Sul no Polo Rodoviário Pelotas. A informação foi confirmada em documento entregue pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, ao deputado estadual Halley Lino (PT), que anunciou a medida nesta quarta-feira (20).

A concessionária, no entanto, afirma que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a decisão. Em nota enviada ao Grupo A Hora, a Ecovias Sul declarou que “trabalha, desde março de 2024, para o encerramento do atual contrato de concessão. Esta é a única certeza: o contrato firmado em 1998 se encerra em 3 de março de 2026 e seguiremos atuando até lá com os mesmos padrões de qualidade e excelência”.

Apesar disso, a empresa reforçou sua posição favorável à assinatura de um contrato temporário de transição – o chamado “contrato-tampão” – até o novo leilão.  Segundo a concessionária, “o fim dos serviços da concessão antes do novo leilão representa um risco aos usuários e à região. E é por isso que mantemos a posição de que o contrato temporário seria importante. Mas a decisão cabe ao Ministério dos Transportes”.

Proposta de contrato tampão

A nota divulgada pela Ecovias no início desta semana propunha um contrato provisório com a continuidade dos serviços essenciais e a aplicação de uma tarifa reduzida em relação à atual. Atualmente, a empresa é responsável por 457 quilômetros das BRs 116 e 392, incluindo serviços de socorro mecânico, atendimento médico e manutenção viária.

Importante sinalização

Em entrevista ao programa Jornal da Tarde, da Rádio Pelotense, o deputado Halley Lino de Souza (PT) afirmou que o ofício do ministro dos Transportes é uma importante sinalização de que o pleito da Ecovias Sul não deve ir adiante. Ele enfatiza que a população da Zona Sul e lideranças locais não concordam com a manutenção da concessionária, tanto pelos valores praticados nos últimos 25 anos, quanto pelas dificuldades de negociação com a empresa.

“Não deve haver nenhuma espécie de prorrogação para a manutenção da Ecovias nesta operação”, reforça o parlamentar. No entanto, destacou que “só vamos ter tranquilidade de encerramento deste contrato, desta relação, a partir de março de 2026, quando a Ecovias se retirar”.

Crítica ao valor reduzido

Lino reforçou que, apesar da proposta de um contrato temporário com tarifa reduzida, R$ 9,00 – suposto valor que seria praticado pela concessionária nos pedágios durante a vigência do contrato-tampão – não faz sentido e o pegou de surpresa, pela ausência de base técnica. “R$ 9,00 é um valor contraditório […] porque não há estudo que sustente este preço.”

Sobre a gestão do Dnit, o deputado disse estar confiante na capacidade do órgão. “O Dnit vai ter que assumir, como assume a responsabilidade de diversas estradas, contratar empresas para manutenção, e acredito que não vai ficar muito tempo sem uma definição de uma nova empresa que venha operar no lugar da Ecovias”.

Para garantir o serviço a partir do término da concessão, o superintendente do Dnit na região, Vladimir Casa, garantiu em entrevista recente à Rádio Pelotense que a autarquia federal dividiu o Polo Pelotas em quatro trechos entre 100 e 120 km cada para licitar. O objetivo é lançar as concorrências em setembro e ter as empresas contratadas até fevereiro de 2026.

Acompanhe
nossas
redes sociais