Duplicação da BR-116 completa 13 anos com 86% de execução

Trânsito

Duplicação da BR-116 completa 13 anos com 86% de execução

Obra está prevista para ser entregue em 2026; entidades apontam prejuízos e cobram definição sobre concessão

Por

Atualizado quarta-feira,
20 de Agosto de 2025 às 09:32

Duplicação da BR-116 completa 13 anos com 86% de execução
Obras continuam em dois trechos da rodovia. (Foto: Jô Folha)

A duplicação da BR-116 entre Pelotas e Guaíba completa 13 anos nesta quarta-feira (20), ainda sem data de conclusão total. Iniciadas em agosto de 2012, as obras somam hoje 180 quilômetros prontos de um total de 211, o que representa 86% do trecho. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), restam 31 quilômetros a serem executados, distribuídos em diferentes pontos da rodovia.

O órgão aponta avanços recentes, como a entrega do viaduto no acesso a São Lourenço do Sul e frentes em andamento entre Camaquã e Cristal. A expectativa é liberar mais cinco quilômetros até o início de 2026, incluindo a ponte sobre o rio Camaquã. Com isso, o cronograma segue apontando para a conclusão apenas no fim de 2026, quando a duplicação completará 14 anos.

O presidente da Associação Comercial de Pelotas (ACP), Fabrício Cagol, avalia que a duplicação da BR-116 trouxe avanços importantes, mas ainda deixa lacunas que afetam diretamente a economia da Zona Sul. Segundo ele, há “dois olhares” sobre o processo: um negativo, pela demora na conclusão, e outro positivo, pelos impactos já sentidos com os trechos entregues.

“São 13 anos e, infelizmente, a obra não está concluída. Isso é um gargalo que traz prejuízos para todo o setor econômico e empresarial da região”, afirma. Apesar disso, Cagol destaca a melhora significativa na segurança e na fluidez do tráfego com os trechos duplicados, lembrando que quem enfrentou a pista simples entende a importância da duplicação para o desenvolvimento e a segurança.

Impactos econômicos

O presidente da Aliança Pelotas, Jorge Almeida, considera o prazo de 13 anos para a duplicação da BR-116 “muito longo para uma estrada plana e sem grandes obras”. Para ele, a demora resultou em graves consequências, como o aumento do custo dos fretes, somado ao valor do pedágio. Além disso, cita a redução da atratividade de novos investimentos e a queda na competitividade da região em relação a outros portos.

Mobilização das entidades

O vice-presidente de infraestrutura da Federasul, Antonio Carlos Bacchieri, destaca a importância da duplicação da BR-116 para a economia da região e jubila a cada pequena etapa da obra: “Graças a Deus está chegando ao fim. A gente fica muito feliz quando vê que, mesmo com esse tempo todo, a estrada está se complementando”, afirma.

Ele também ressalta que a duplicação é resultado de uma mobilização conjunta de várias entidades empresariais e regionais, que pressionaram o governo federal a retomar os trabalhos após anos de paralisação. “Foi uma luta”, diz, lembrando que os avanços mais significativos ocorreram a partir de 2019. Para ele, a união das entidades da Zona Sul e estaduais foi fundamental para destravar o projeto.

Acompanhe
nossas
redes sociais