O gerente do Aeroporto Internacional de Pelotas, Wesley Puygcerver, revelou que o aeroporto já foi procurado pela Petrobras para receber parte das operações de transporte de trabalhadores para a exploração de petróleo na Bacia de Pelotas. A expectativa é de que o terminal sirva de base para os helicópteros que transportarão os funcionários para as plataformas de petróleo.
“Estamos bastante otimistas com a questão do táxi aéreo offshore, que seria o transporte de passageiros para plataforma de petróleo”, afirmou Puygcerver em participação no Painel Pensar Negócios, promovido pelo A Hora do Sul/Rádio Pelotense. “Recebemos uma visita dos executivos da Petrobras no Aeroporto de Pelotas no mês de maio justamente para ver a viabilidade técnica”, revelou o gerente.
Segundo ele, a companhia analisa também outros aeroportos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, mas Pelotas se destaca pela sua estrutura e pelas características da cidade. “A Bacia de Pelotas está mais localizada na área de Rio Grande. Em tese, de helicóptero decolando de Rio Grande o tempo é menor, porém a gente ganha na infraestrutura de cidade”, explicou Puygcerver. “A Petrobras pensa em onde vai colocar os trabalhadores, então é vista toda uma infraestrutura de cidade: restaurantes, hotéis, se a cidade é confortável para o funcionário.”
De acordo com o gerente, a Petrobras já adiantou que Pelotas é a cidade que hoje tem mais chance de receber as operações. “É uma reação em cadeia. Quando você coloca trabalhadores da Petrobras para chegar no dia anterior ao embarque, esse passageiro consome, vai andar na cidade, vai fazer dinheiro circular dentro da cidade porque ele vai chegar antes para embarcar”, ressaltou.
Atenção voltada à Bacia de Pelotas
A Bacia de Pelotas é uma área do oceano Atlântico de aproximadamente 40 mil quilômetros quadrados, que se estende da costa de Santa Catarina até parte do Uruguai. Cogitada há décadas como um potencial para a exploração de gás e petróleo, o local voltou a chamar a atenção nos últimos anos.
Na Namíbia, do outro lado do Atlântico, há uma bacia com características geológicas semelhantes onde, em apenas um dos poços, foi encontrada uma reserva equivalente a 1,7 bilhão de barris de petróleo.
No total, 47 blocos da Bacia de Pelotas já foram leiloados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os últimos três blocos foram leiloados em junho e é esperado um investimento de mais de R$ 84 milhões, além do pagamento de um bônus de R$ 11,4 milhões para a União. Os blocos foram arrematados por um consórcio formado pela Petrobras e pela Petrogal Brasil.
Em dezembro de 2023, 44 blocos foram arrematados, com o pagamento de um bônus à União de R$ 298,7 milhões e a perspectiva de um investimento de R$ 1,5 bilhão. Destes, 15 blocos foram arrematados pela Chevron e 29 foram adquiridos por dois consórcios, um formado por Petrobras, Shell e CNOOC e outro formado por Petrobras e Shell.