Na retomada das atividades do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, a corte demonstrou união e apoio ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo de Donald Trump com a aplicação da Lei Magnitsky.
Na reabertura dos trabalhos, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, defendeu a atuação de Moraes e disse que todos os réus serão julgados com base nas provas, sem qualquer tipo de interferência. “Nem todos compreendem os riscos que o país correu e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido processo legal”, afirmou.
O decano da corte, ministro Gilmar Mendes, repudiou os ataques ao STF e disse que o Supremo “não se dobra a intimidações”. “Que ninguém duvide da imparcialidade e da legitimidade da atuação do STF, e que ninguém ouse desrespeitar a soberania do Brasil”, afirmou Mendes.
Alexandre de Moraes discursou na sequência e afirmou que os processos continuarão tramitando normalmente. “O rito processual do Supremo Tribunal Federal irá ignorar as sanções praticadas. Este relator vai ignorar as sanções que foram aplicadas e continuará trabalhando”, disse.
Sem citar Eduardo Bolsonaro nominalmente, Moraes classificou a atuação contra o STF e em defesa da taxação de produtos brasileiros como ‘uma traição à pátria covarde e traiçoeira’.
Moraes também atacou a tentativa de coagir o STF. “Acham que estão lidando com pessoas da laia deles. Acham que estão lidando também com milicianos, mas não estão”, disse.