Polêmica pela frente

Editorial

Polêmica pela frente

Polêmica pela frente

O estudo encomendado pelo governo do Estado para avaliar a potencial concessão privada de fornecimento de água e esgoto para 176 municípios reacende uma antiga e ferrenha discussão pelotense: privatizar ou não o Sanep? Sabe-se que o governo municipal atual não tem a menor pretensão disso, por convicção administrativa característica das gestões petistas. Por isso, a primeira polêmica está desenhada. Afinal, a gerência é do município sobre o tema e o estudo é estadual. O plano parece ser ainda embrionário, mas certamente o tema vai efervescer em breve.

O fato é que o prazo para cumprir as metas do novo marco do saneamento até 2033 é curto. Pelotas mira os 85% do esgoto tratado com a liberação de dinheiro para novas ETEs, mas ainda faltará 14%. Fato também é que hoje o Sanep é uma das principais ferramentas de captação de recursos pela própria prefeitura, muito pelas atualizações dos últimos anos, com taxas de lixo, esgoto e tudo mais. Resta compreender o potencial de alcançar as metas e o planejamento para o processo ser concluído.

Antes de qualquer movimento, é necessário entender as pretensões da administração pelotense e como funcionaria este processo. No caso atual, a previsão de choque é vista como natural pela diferença da leitura de situações. Conhecendo também os processos, é mais natural ainda já prever que tal tema vai se arrastar pelos próximos anos, e talvez próximas gestões. Dentro disso, o necessário é debater: o papel do Sanep para Pelotas, suas possibilidades enquanto serviço público e os impactos de uma privatização. Antes de mais nada, é preciso levar em consideração a melhor possibilidade possível para o pelotense, em qualidade de serviço e em impactos no bolso.

Essa é mais uma das discussões que Pelotas vai precisar ter, seja para firmar pé nas garantias de que é capaz de manter o Sanep funcionando e atendendo as demandas necessárias em água, esgoto e resíduos sólidos, seja para avaliar quais os caminhos para suprir essa necessidade. Embora hoje não haja o menor indício de que uma privatização seja sequer cogitada, o estudo estadual pode criar uma pressão e já cria uma discussão que até outro dia sequer era pensada.

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