A região Sul está construindo um calendário unificado de eventos para 2026 com o objetivo de impulsionar o turismo de forma integrada entre os municípios. A iniciativa é coordenada por um colegiado da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), liderada pelos secretários de Turismo de Pelotas, Danilo Rodrigues, e de Rio Grande, Edward Moraes.
A proposta tem o objetivo a articulação de ações conjuntas para fortalecer e ampliar o potencial turístico da região, pensando no setor com menos competição e mais cooperação entre os municípios. Para Moraes, a ideia é evitar a sobreposição de datas de grandes festas e atrações culturais, otimizando o fluxo de visitantes e distribuindo melhor os impactos econômicos em diferentes cidades.
Moraes afirma que o turismo só se consolida de forma regional. “Não se consegue desenvolver o turismo se não for regionalmente. Precisamos conciliar os calendários para que Rio Grande possa potencializar a Fenadoce, e que a Fenadoce possa potencializar o Festimar, por exemplo. Assim, juntos, desenvolvemos a região inteira”, explica.
Um exemplo dado pelo gestor a é a relação entre a Oktoberfest de Rio Grande e de São Lourenço do Sul. A ideia é organizar as datas de modo que as festas se complementem. “Precisamos combinar essas datas, para que Rio Grande seja antes de São Lourenço, e quando estivermos fazendo a nossa, o pessoal de São Lourenço esteja lá visitando e convidando para a deles”, destaca Moraes.
Além de facilitar o planejamento e a divulgação, um calendário antecipado e articulado ajuda a tornar os eventos mais acessíveis e estratégicos. Moraes lembra que, durante o Carnaval do Cassino, o Centro de Atenção ao Turista forneceu informações turísticas sobre cidades vizinhas como Morro Redondo, atendendo todos os públicos.
“Assim como a gente tem uma invasão de pessoas que gostam de carnaval, a gente também tem uma evasão de pessoas que não gostam da zueira, então nós lá oferecemos o passeio aqui na Stone Land ou em uma cachoeira. Essa integração é que a gente precisa fazer, para que todas as cidades tenham público durante todo o ano”, afirma.
A proposta também considera o olhar de quem visita e o de quem recebe. Para um turista, 50 quilômetros — como a distância entre Pelotas e Rio Grande — é um trajeto curto, muitas vezes comparável a um deslocamento dentro de algumas cidades grandes. “Quem viaja quer ter a oportunidade de conhecer coisas diferentes. A pessoa vem a Pelotas, gosta da cidade, mas talvez na próxima vez vá a Rio Grande, e o importante é que permaneça na região”, pontua o secretário.
O secretário garante que o trabalho da comissão é intermunicipal e pluripartidário, envolvendo gestores de diferentes correntes políticas em nome de um objetivo comum. “Chega de brigar por vaidades. Vamos brigar para que a nossa região se desenvolva”, defende Moraes. A expectativa é de que em 2026 os municípios da Azonasul já operem com uma agenda integrada de eventos, potencializando suas atrações e consolidando a região como destino turístico durante todo o ano.