A conclusão da duplicação da BR-116 entre Pelotas e Guaíba deve ficar somente para o final de 2026 – quando os serviços completam 14 anos de duração. A projeção do superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Pelotas, Vladimir Casa, é entregar novos sete quilômetros até o final deste ano – passando de 85% para 90%.
Segundo Casa, em entrevista ao programa Debate Regional, da Rádio Pelotense, dos 211 quilômetros entre Pelotas e Guaíba ainda restam 31 quilômetros a serem duplicados, divididos em vários segmentos descontínuos.
“Por exemplo, nós temos oito quilômetros que não estão prontos ainda porque em 2018, tinha uma empresa que estava atuando ali e que acabou não renovando o seu contrato por problemas de documentação. O Exército assumiu aquele segmento, fez alguns serviços, mas o próprio Exército, no ano passado, desistiu do restante da obra. O Dnit está preparando para lançar agora uma licitação para contratar uma empresa que vai concluir esses oito quilômetros”, explica.
Outros trechos pendentes incluem cerca de cinco quilômetros na travessia urbana de Camaquã, que está com obras em andamento, um quilômetro nas proximidades de Tapes, aproximadamente 12 quilômetros na região de Cristal, além de segmentos menores próximos a Chuvisca e ao posto de pesagem já em Pelotas. A soma desses trechos equivale aos 15% restantes da obra.
“Tem algumas coisas que a engenharia impõe alguns limites. Um viaduto, por exemplo, que está se fazendo ali junto do acesso à cidade de Camaquã, não é uma obra que se faça em um, dois meses, mesmo que tenha dinheiro. É uma obra que precisa de um tempo para ser executada”, argumenta.
Obras em São Lourenço do Sul
Entre as frentes de trabalho mais recentes está o viaduto de acesso a São Lourenço do Sul, que integra o lote 7 da duplicação da BR-116. As obras, paradas há cerca de duas semanas, devem ser retomadas nesta semana e concluídas até a primeira quinzena de agosto. A estrutura já está 98% finalizada, restando apenas acabamentos e parte da pavimentação.
Orçamento
Apesar dos avanços, o ritmo da duplicação tem sido comprometido principalmente pela oscilação na liberação de recursos. De acordo com o Dnit, dos R$ 2 bilhões previstos para o total da obra, R$ 1,5 bilhão já foram investidos. Para o exercício de 2025, a Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê R$ 75 milhões para a duplicação da BR-116, dos quais R$ 30 milhões já estão empenhados em contratos de obra, supervisão e gestão ambiental.
Segundo Casa, se os recursos forem garantidos, a projeção mais realista é de que a duplicação completa do trecho entre Guaíba e Pelotas ocorra até o final de 2026. “A gente tem chance de liberar ali em torno de uns sete quilômetros mais para o final do ano e no primeiro semestre do ano que vem talvez mais uns 10 […] Se não faltar recursos, agora sim acho que dá para dizer que, para o fim do ano que vem, é bem plausível que a obra já esteja toda pronta”, projeta.
Além da duplicação, o projeto inclui melhorias como ruas laterais, retornos operacionais, passarelas, pontes e viadutos em áreas urbanas.
