Entre sexta-feira (26) e sábado (27), foi realizada a 1ª edição do Candy Challenge, um evento de hackaton organizado pelo Candy Valley, de Pelotas. O objetivo foi unir ideias criativas e inovadoras com a tradição doceira do município na formação de startups locais.
O Challenge aconteceu na Fenadoce, com a participação de 31 jovens de 16 a 25 anos, entre jovens aprendizes do Senac e participantes de projetos do Parque Tecnológico de Pelotas.
Além de assistir a palestras com doceiras e relativas à inovação, os jovens dividiram-se em cinco grupos. Ao fim, cada grupo apresentou uma ideia inovadora relacionada a uma melhoria para tradição Doceira de Pelotas, no sentido de tecnologia, gestão, gastronomia ou comunicação.
Raul Torma, presidente do Candy Valley (ou Vale do Doce, inspirado no Vale do Silício, um grupo que reúne startups locais nos EUA), disse que a ideia do evento é “unir o útil ao agradável”, ou seja, além de estimular os jovens ao empreendedorismo inovador, buscar fortalecer e expandir a tradição doceira pelotense.
Na prática, o objetivo é que se criem ideias que saiam do hackaton e tornem-se startups pelotenses. “A ideia é que o Candy Valley acompanhe e faça a intermediação dessas possíveis startups com outros atores, levar a incubadoras e ao Parque Tecnológico para colocar em prática”, conclui Torma.
Para o gastrônomo Matheus Francisco da Paz, gestor de compras do Senac e um dos “mentores” que auxiliam os jovens do hackaton na elaboração de ideias, o evento pode contribuir com a criação de aplicativos que assegurem, por exemplo, a rastreabilidade do doce pelotense, ou auxiliem em logística e compras de insumos.
“Temos a tradição do doce, que precisamos nos ater às raízes, e pensarmos em alternativas que não descaracterizem os doces, das receitas que passam de geração a geração. São inovações para complementar essa tradição”, resume.
Participantes
Para o jovem Adriano Vieira,18 anos, estudante de Eletrotécnica do IFSul, a participação em hackaton é estimulante pelo “desafio”. “Já tinha participado de outros hackatons, é incrível. Tu aprendes a lidar com outros tipos de pessoas”, relata.
Isadora Oliveira, 17 anos, é estudante do terceiro ano do Pelotense e criou uma startup, ainda em desenvolvimento. A ideia da nova empresa é conectar estudantes que vão prestar o vestibular a universitários “para os estudantes terem acesso a conteúdo de qualidade”, diz.
Em relação ao Candy Challenge, Isadora ressalta a importância de perpetuar e expandir a tradição doceira. “Sou pelotense, gosto muito dessa parte cultural. Espero explorar ao máximo todas as oportunidades da tradição doceira, fomentar essa cultura e levar cada vez mais pessoas a conhecerem e a explorá-la.”