Bira dispensa apresentações no Bento Freitas. Em meio ao delicado momento institucional do Brasil, ele falou nesta quinta-feira (29) pela primeira vez como vice de futebol interino – cargo que assume durante o afastamento de Gonzalo Russomano. Autor de um gol na vitória rubro-negra sobre o Flamengo de Zico em 1985, o ex-atacante diz que sua função será de contato direto com comissão técnica e atletas ao longo da Série D do Brasileirão.
“Fiquei muito feliz em ser convidado para participar nesse momento tão difícil que atravessa o nosso clube. Quando está muito bom, é muito fácil fazer. Quando está difícil, não. Quando está ruim, pior ainda”, disse em entrevista coletiva ao lado do presidente Vilmar Xavier. “Quero participar disso, sofrer isso, porque eu estive nos melhores momentos desse clube e eu sei como é bom”, afirmou Bira, em outra resposta.
Anunciado há uma semana, ele vem mantendo contato frequente com o treinador Emerson Cris e seus pares. “A minha função nesses últimos dias foi exatamente isso: conversar com a comissão técnica, saber a necessidade, tirar esse peso. Está muito intenso, complicado, as pessoas não sorrirem. Futebol é um entretenimento. Tem que estar alegre para poder praticar. Leve para poder exercer a sua profissão”, completou.
SAF e questão estrutural
O ex-jogador também participa do projeto terceirizado das categorias de base do Brasil, cujo controle é da Associação Galera. Por estar envolvido no dia a dia da Baixada desde 2021, igualmente na base, mas em outros moldes de operação, Bira conhece a realidade do clube. Diz torcer pelo sucesso da negociação da SAF e enfatiza os efeitos dos problemas estruturais do Xavante.
“A primeira questão que eu abordei à comissão técnica foi: por que está tão tenso? Por que está tão difícil a gente entender o que quer fazer? E eles me responderam: ‘falta muita coisa. Falta estrutura. A gente não tem um campo que possa treinar todos os dias’. É estrutura. Quando se fala em SAF, a primeira coisa que me vem à cabeça é estrutura. Essa estrutura precisa chegar para que a gente acabe com isso”, afirmou.
“E até porque essa situação do Brasil não é de hoje. Ela já vem acontecendo há muito tempo. O Brasil vem tropeçando, essa bola de neve está crescendo. E aí nós chegamos à Sociedade Anônima do Futebol. Por quê? Porque a gente não tem para onde correr. Não tem, financeiramente. É zero. Tu vai buscar uma solução que não pode buscar porque não tem dinheiro para pagar essa solução”, disse.
Segundo o ex-atacante, em dois dias da semana passada o clube perdeu dez sócios. Bira acredita que a participação do torcedor é fundamental no processo de retomada. “O momento agora é de se juntar, de dar a mão”.
Próximos jogos
A primeira manifestação de Bira no novo cargo foi feita durante um treino comandado por Emerson Cris na véspera da viagem para o jogo contra o Joinville, marcado para domingo, às 16h.
A delegação inicia na sexta-feira o deslocamento de ônibus para Criciúma, onde dorme e treina no CT do Criciúma. Sábado ocorre o deslocamento até o Norte de Santa Catarina para a partida da sétima rodada da Série D. O Xavante é lanterna do grupo A8, com quatro pontos. O JEC lidera com 13.
Série D
Grupo A8
7ª rodada
Sábado (31)
18h | São José x Azuriz
Domingo (1º)
16h | Joinville x Brasil
Guarany x Barra
Segunda-feira (2)
20h | Marcílio Dias x São Luiz
