“Espero que minha atuação contribua para abrir caminhos para outras colegas delegadas”

Abre aspas

“Espero que minha atuação contribua para abrir caminhos para outras colegas delegadas”

Lígia Furlanetto - Titular da 7ª Delegacia Regional de Polícia do Interior

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Atualizado sábado,
24 de Maio de 2025 às 14:40

“Espero que minha atuação contribua para abrir caminhos para outras colegas delegadas”
Em 2024, delegada foi escolhida pela embaixada norte-americana para participar de curso de investigação avançada em homicídios.

Desde 2019 à frente da 7ª Delegacia Regional da Polícia Civil – que atua em Rio Grande, São José do Norte, Chuí, Santa Vitória do Palmar, Jaguarão e Arroio Grande – , a delegada Lígia Furlanetto tem se destacado pela condução firme e estratégica diante dos desafios da criminalidade na região. Com uma trajetória de mais de 15 anos na instituição, ela destaca a importância de abrir caminhos para outras mulheres na segurança pública.

Qual a sua trajetória na Polícia Civil e como chegou à Delegacia Regional de Rio Grande?

Ingressei na Polícia Civil do Rio Grande do Sul no ano de 2008, tendo exercido funções em diferentes unidades da instituição ao longo dos anos. Atuei tanto na área operacional quanto administrativa, passando por delegacias especializadas, plantões e cargos de chefia. Sempre tive como norte o comprometimento com o serviço público e a valorização do atendimento à população. Em razão dessa trajetória pautada pela dedicação e pelos resultados apresentados, fui designada para assumir a titularidade da Delegacia Regional de Polícia de Rio Grande, cargo que exerço com grande senso de responsabilidade e respeito à comunidade local.

Qual o sentimento de ser uma das poucas delegadas regionais da Polícia Civil no RS?

É um sentimento de honra, mas também de grande responsabilidade. Representar as mulheres em um cargo de liderança dentro de uma instituição tradicionalmente masculina reforça a importância da presença feminina em espaços de decisão. Espero que minha atuação contribua para abrir caminhos para outras colegas delegadas e sirva de inspiração para futuras gerações de mulheres que queiram ingressar na segurança pública. Ao mesmo tempo, compreendo que o reconhecimento deve vir acompanhado de trabalho sério, técnico e comprometido com a justiça e com a sociedade.

Quais são hoje os principais desafios enfrentados pela Polícia Civil em Rio Grande e na região?

Os desafios são diversos e refletem as complexidades da realidade local. Enfrentamos questões ligadas ao tráfico de drogas, à criminalidade organizada, à violência doméstica e à proteção de grupos vulneráveis. Além disso, há desafios estruturais, como a necessidade constante de recursos, melhorias físicas nas unidades e valorização dos servidores. Contudo, a dedicação da equipe, aliada à integração com outras forças de segurança e ao apoio da comunidade, tem sido fundamental para superarmos essas barreiras com estratégia e eficiência.

Como foi o trabalho da Polícia Civil para que Rio Grande superasse a onda de crimes de 2022?

O ano de 2022 foi, de fato, desafiador, especialmente diante da escalada da violência relacionada a facções criminosas e aumento dos índices de homicídios. A Polícia Civil respondeu com ações firmes, planejamento estratégico e operações integradas, reforçando o setor de investigação e promovendo a inteligência policial como eixo central das ações. Foi um trabalho integrado com a Brigada Militar e demais órgãos da Segurança Pública, do Ministério Público e do Poder Judiciário, fortalecendo o trabalho em rede. O combate ao crime se deu de forma qualificada, com prisões, apreensões de armas e drogas, e desarticulação de lideranças criminosas, descapitalização das organizações criminosas. O resultado foi a redução significativa nos índices de homicídios e crimes violentos, devolvendo à população um sentimento de maior segurança. Esse trabalho continua, com monitoramento constante e ações preventivas e repressivas.

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