Porque a soltura de Misael não é uma má notícia

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul | [email protected]

Porque a soltura de Misael não é uma má notícia

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Um ano e quatro meses atrás, a denúncia de desvios de recursos do Pronto Socorro (PS) escandalizou Pelotas. Qualquer desvio da saúde é, de fato, revoltante, ainda mais com as dificuldades crônicas enfrentadas pela população em nosso sistema de saúde.

A CPI da Câmara de Vereadores, com Rafael Amaral (PP) e Jurandir Silva (PSOL) à frente, cumpriu um papel importante ao trazer luz publicamente a parte do que acontecia na estrutura do Pronto Socorro.

Enquanto isso, em sigilo, o Ministério Público (MP) avançou com o inquérito conduzido pelo promotor José Alexandre Zachia Alan. Em agosto, o ex-diretor administrativo e financeiro Misael da Cunha foi denunciado pelo desvio de mais de R$ 250 mil e, em janeiro, ele foi preso preventivamente para não atrapalhar as investigações.

A prisão de Misael deu a esperança de que a justiça seria feita. Por isso, a indignação com sua soltura é legítima. Porém, é preciso compreender que é uma liberdade provisória. Isso significa que a Justiça entendeu que avançou a um ponto em que ele, livre, não vai atrapalhar as apurações. Por ter confessado crimes, a tendência é de que Misael seja condenado ao fim do processo.

Além disso, Misael não será o único a pagar pelos desvios do Pronto Socorro. Zachia Alan garantiu que a investigação avançou e que novos detalhes virão à tona em breve. No meio político, também há a expectativa de que Misael tenha feito um acordo de colaboração premiada. Uma delação, no entanto, não pode ser confirmada, nem pela defesa, nem pelo Ministério Público.

A justiça pode demorar para ser feita, mas esse é o preço de uma investigação criteriosa e séria e do direito que todos têm a um julgamento justo. Vamos acompanhar cada passo e aguardar as novas denúncias do MP.

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