Em sua 87ª edição o Grande Prêmio Princesa do Sul receberá um rei. O rei do turfe brasileiro e mundial: o jóquei Jorge Ricardo, o Ricardinho. Com 13.346 vitórias na carreira ele figura no livro Guinness dos Recordes como o maior vencedor de páreos do mundo. Com 63 anos de idade e 48 de profissão, o carioca se apresentará pela primeira vez em Pelotas, no festival do super clássico marcado para os dias 17 e 18 de maio.
O trabalho para garantir a vinda do craque a Pelotas teve início em abril, com uma série de contatos da diretoria do Jockey Club com intermediários e integrantes do staff de Ricardo, que divide sua rotina profissional entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires (ARG).
“Tê-lo no GP Princesa do Sul era um sonho antigo, mas que não se havia conseguido viabilizar até hoje e, agora, vai se tornar realidade. Tanto para o público turfista, como para o público em geral ver uma lenda do esporte como Ricardo atuando é sensacional. Esperamos que todos aproveitem cada instante”, comenta o presidente do Jockey Club de Pelotas, Jair Barbosa dos Santos.
Filho de Antonio Ricardo, um jóquei que rodou o país e a América do Sul, Ricardo revela conhecer a fama do GP Princesa do Sul. “O Princesa do Sul é uma prova tradicional, que todo turfista brasileiro tem ideia de como é importante. Meu pai chegou a montar em Pelotas, mas não tenho lembranças de quando aconteceu e como foi. Eu sou um cara que eu vivo o turfe e gosto sempre de estar presente a esses eventos e, apesar de o turfe de Pelotas ser um turfe do interior, para mim é sempre agradável ser convidado para prestigiar e participar destas festas do turfe”, afirma.
Montarias ainda serão confirmadas
Ainda sem saber quais animais serão inscritos para as principais provas do final de semana do festival do 87º GP Princesa do Sul – GPs Jockey Club do RS (Milha), GP Prefeito de Pelotas (Velocidade), GP Turfe Pelotense (Potros) e GP Princesa do Sul – Ricardo ainda não definiu quais cavalos montará, porém garante que estará no maior número de páreos possíveis e, como não seria diferente, vai brigar pelo título do grande clássico.
“Estou me informando sobre alguns cavalos que podem correr, mas ainda não tenho nada acertado com ninguém”, garante.
O recorde que Ricardo não quer bater
Entre 2009 e 2018, Ricardo e o canadense radicado nos EUA, Russell Baze, protagonizaram uma disputa pelo título de maior vencedor da história do turfe mundial revezando-se no topo do ranking. Em 23 de maio de 2012, ambos empataram com 11.593 vitórias. A rivalidade seguiu acirrada até 31 de dezembro de 2017, quando Ricardo somava 12.832 vitórias, contra 12.844 de Baze, que havia se aposentado em 2016.
Em fevereiro de 2018, Ricardinho alcançou sua 12.845ª vitória na Argentina e se tornou o recordista mundial de vitórias no turfe.
De lá para cá o carioca abriu 501 vitórias do recorde e está consolidado no topo do ranking mundial e, esbanjando boa forma busca a cada semana ampliar essa diferença.
A longevidade na carreira faz lembrar de outra lenda do turfe brasileiro: Wilmar Nunes, o pelotense que montou até os 79 anos e foi o jóquei mais velho em atividade no planeta. Apesar de alguma semelhança no tempo de profissão, Ricardo que esteve com W. Nunes, durante uma de suas passagens por Porto Alegre, afasta qualquer possibilidade de buscar mais esse recorde.
“Eu penso em aposentadoria sim, mas quando isso vai acontecer eu não posso dizer, porque realmente não tenho uma data programada para isso. Acho que quando chegar o momento eu vou saber, mas a única coisa que eu posso dizer é que até os 80 eu não monto e os pelotenses podem ficar tranquilos que o recorde do seu Wilmar vai perdurar por muitos anos”.