Em julho de 1924 o jornal Opinião Pública relatava celebrações em torno do 17º aniversário da alfândega local. Esta era a primeira vez que a celebração acontecia, graças a iniciativa do inspetor David Cunha. A programação contou com missa na Catedral, celebrada pelo bispo dom Joaquim Ferreira de Mello, com representantes do consulado da Espanha e da França, entre outras autoridades, e homenagem aos inspetores já falecidos.
Porém, o conhecido prédio da antiga alfândega não é dessa época, ele foi construído em terreno da prefeitura, a partir de 1935, junto ao Porto, e inaugurado em 1938, no endereço da praça Domingos Rodrigues, 24.
A arquitetura do imóvel, em estilo Art Déco, foi avaliada no livro 100 Imagens da Arquitetura Pelotense, de Rosa Maria Garcia Rolim Moura e Andrey Rosenthal Schlee. “Com a frente principal voltada para uma praça, o que lhe confere uma grande visibilidade, o tratamento do volume prismático, à semelhança do Correio, explora a idéia de fachada em camadas, como parte de uma arquitetura de formas compactas, linhas retas e um caráter sóbrio… A porta principal, em ferro e vidro, recebeu quatro painéis onde estão apresentados os novos símbolos que, naquele momento, representavam a crença numa vida dinâmica e progressista”, descrevem os autores.
Recentemente foi confirmada a revitalização do entorno do prédio histórico. A prefeitura e a Universidade Federal de Pelotas receberam a liberação de recursos para o projeto Parque Linear da Alfândega, uma intervenção urbana que vai beneficiar a praça Domingos Rodrigues, mais conhecida como praça da Alfândega. O recurso de R$200 mil foi liberado pelo deputado federal, Daniel Trzeciak.
Fonte: jornal Opinião Pública/Acervo da Bibliotheca Pública Pelotense; 100 Imagens da Arquitetura Pelotense. 1º edição, de Rosa Maria Garcia Rolim Moura e Andrey Rosenthal Schlee