Bailarinos celebram na rua o Dia Internacional da Dança

Celebração

Bailarinos celebram na rua o Dia Internacional da Dança

Ação realizada por bailarinos com o apoio da Secult ocorreu desde a manhã desta terça-feira na esplanada Berê Fuhro Souto

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Atualizado terça-feira,
29 de Abril de 2025 às 19:38

Bailarinos celebram na rua o Dia Internacional da Dança
Yago Rodrigues apresentou coreografia criada por ele (Foto: Ana Cláudia Dias)

A esplanada Berê Fuhro Souto, na praça Coronel Pedro Osorio, em frente ao Thetro Sete de Abril, foi palco de uma ação comemorativa ao Dia Internacional da Dança. Sobre a calçada foi colocado um linóleo para as quase 20 apresentações artísticas (grupos e individuais), além de aulão e oficina de dança, que aconteceram das 10h e se estendem até as 22h.

A ação foi organizada por grupo de dançarinos de Pelotas com o apoio da prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura. O diretor de Movimentos Populares, Daniel Amaro, disse que a Secult convocou a categoria para falar sobre políticas públicas para a dança e para combinar uma ação para este dia. “A gente entende que pode provocar a categoria e pode dar um auxílio básico e partir daí começar a colocar quais são as nossas ideias”, falou. Um dos projetos é retomar o projeto Foco Na Área, para teatro e dança, uma proposta do governo anterior de Fernando Marroni (PT).

Reflexões sobre a sociedade

A universitária e dançarina Renata Bom Reis de Souza, 23, aluna do curso de licenciatura em Dança da Universidade Federal de Pelotas, apresentou pela primeira vez na rua Respire, aceite-se e recomece, na qual aborda a ansiedade, o autoconhecimento e as dores comuns a todos. A coreografia foi feita para a disciplina de Composição I neste ano. 

Para a dançarina, Pelotas carece de mais eventos para a dança e quando eles acontecem são pouco divulgados. “O evento aqui é muito bacana, mas se for ver, não tem muito público. Precisa de muita divulgação pro público conhecer. A dança é algo terapêutico, tu conhece um pouco mais de ti, dos teus colegas e até da tua comunidade”, observou. 

Porém Renata não viu problemas em se apresentar na praça. “Dentro do curso de dança a gente costuma falar que qualquer lugar pode ser um palco. Fiquei feliz por ter sido convidada para dançar nesse espaço porque eu danço dança de rua, então meio que eu dancei no palco verdadeiro que ela nasceu, que é na rua”, diz. 

Também aluno do curso de Dança, Yago José Vieira Rodrigues apresentou a coreografia Tempo e cansaço, na qual ele aborda a correria do cotidiano. O estudante viu o evento como um caminho de abertura para os próximos passos. “Um espaço que abre uma porta para algo que vai continuar, valorizar cada vez mais a arte, a dança e a cultura e a cidade cada vez mais valorizar esses lugares com arte”, diz. 

Expectativa para o próximo ano

A diretora da companhia Outro Dances e professora universitária Alexandra Dias ficou feliz por seus alunos, que são ou egressos ou ainda graduandos do Curso de Dança e Licenciatura, estarem tão presentes na organização do evento e apresentando seus trabalhos. “Então eu fico muito feliz com isso, de eles mostrarem o trabalho e se sentirem também já pertencentes à classe artística, assim. Alguns deles são bem jovens, então também é uma maneira de mostrar o que eles têm feito dentro da universidade, repartir um pouco com a comunidade”, comentou. 

Mas ao mesmo tempo, a professora das disciplinas de Dança Contemporânea e Composição Coreográfica, também lamenta estar tão perto do Theatro Sete de Abril e vê-lo ainda fechado. “Acho bem lastimável que a gente estar, mais uma vez, fora desse espaço, que essa reforma tão custosa e que já vai fazer aí acho que 16 anos com esse teatro fechado. Praticamente uma segunda geração de pessoas, desses jovens que estão saindo da universidade ou que estão em contato com a dança, que não usufruíram de forma alguma aquele espaço ali”, avaliou.

Para Alexandra é muito importante ter espaços qualificados para a dança. “A praça é um dos lugares possíveis para a gente compartilhar com a comunidade aquilo que a gente faz. Mas a comunidade de Pelotas merece um espaço, esse espaço teatral renovado, moderno, seguro, reformado”, argumenta. O desejo da professora é que no Dia Internacional da Dança do próximo ano ela possa levar trabalhos da própria companhia ou dos alunos para dentro do Sete de Abril.

 

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