Há 50 anos
Chegava a Pelotas a notícia de que o Ministério da Justiça proibiu a circulação do número 300 da revista O Pasquim. A edição foi considerada ofensiva “à moral e aos bons costumes”, pelo Departamento de Polícia Federal.
“O Departamento de Polícia Federal encaminhou ao Ministro da Justiça o número trezentos do semanário O Pasquim, editado no Rio de Janeiro, e que circulou no dia 29 de março passado, contendo matéria obscena, ofensiva à moral pública”, divulgou o Departamento. A notícia correu o país e em algumas cidades se formaram filas nas bancas para a compra da edição, antes que a Polícia Federal conseguisse recolher os exemplares.
Crítica política e social
O Pasquim circulou entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991. Fundada por Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Carlos Prosperi, Claudius, Carlos Magaldi e Murilo Reis, a revista foi inspirada em publicações da chamada contracultura norte-americana.
Misturava política, comportamento e crítica social e tinha como alvos principais a ditadura militar, o moralismo da classe média e a grande imprensa. Desde o início contou com a colaboração e adesão de humoristas, jornalistas e intelectuais, como Millôr Fernandes, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Luís Carlos Maciel, entre outros. Um time talentoso e irreverente, que fez história no jornalismo nacional, mas que nesse período sofreu as consequências do trabalho crítico, em pleno período de censura.
Em novembro de 1970, a maior parte da redação foi presa depois que o jornal publicou uma sátira do célebre quadro de Dom Pedro às margens do Ipiranga (de autoria de Pedro Américo). A equipe ficou detida até fevereiro de 1971, porém a revista continuou saindo, sob a liderança de Millôr Fernandes, que não foi preso, com a ajuda de colaboradores como Chico Buarque, Antônio Callado e Rubem Fonseca, entre outros intelectuais cariocas. Na época vendia cerca de 100 mil exemplares por semana.
Capa icônica
Fã da publicação, o jornalista Luiz Carlos dos Santos Vaz ainda guarda em casa muitas das edições do Pasquim. Essa, em especial, não. Quando a revista surgiu, Vaz morava em Bagé e tinha 18 anos. “Era uma leitura jovem, alternativa aos jornais ‘sérios’, como Correio do Povo… as revistas O Cruzeiro, Manchete… A única coisa mais leve que apareceu na época foi a Folha da Manhã, da Caldas Jr, com as crônicas e desenhos do Luis Fernando Verissimo, crônicas semanais do Drummond, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, ali nas páginas da Folha da Manhã, incrível, né?”, comenta.
Vaz lembra de outras edições que foram censuradas da revista. Alguns exemplares chegavam fininhos ou com todos os articulistas assinando como interinos. Uma das edições que ele considera icônicas é a de 11 a 17 de novembro de 1969. Na capa, ilustrada com um encontro entre um logo e um cordeiro, está escrito: “Enfim um Pasquim inteiramente automático”. “Sem Ziraldo, sem Jaguar, sem fulano… E, lá dentro, todo o material assinado por eles, mas como interino”, relembra.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 95 anos
Buracos e sujeira tornavam a rua Santa Cruz intransitável em 1930
O péssimo estado da rua Santa Cruz foi tema de notícia na imprensa local, em 1930. A população reclamava não só dos buracos, que enchiam de água quando chovia, mas também da sujeira que se via para todo lado.
Naquele período, a via foi dada como intransitável. “Está a requerer imediato cuidado público. E, como a municipalidade tem se mostrado mais solícita, ultimamente, estamos certos que nos atenderá”, publicou editorial do jornal A Opinião Pública.
Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 110 anos
Clube Brilhante promove o baile de Aleluia
O Clube Carnavalesco Brilhante anunciou o seu baile de Aleluia. O evento foi realizado no salão do Clube Caixeiral, com a presença da rainha da entidade, Othilia Lang. A jovem foi acompanhada pela sua corte.
Em 1915 o domingo de Páscoa foi celebrado no dia 4 de abril e o Sábado de Aleluia, no dia 3. A organização da festa ficou sob a responsabilidade da Comissão Organizadora, formada por Alberto Gigante, João Mallmann e Honório Rosselli.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense