O rebaixamento no Campeonato Gaúcho também afetou a busca por investidores para a transformação do Grêmio Esportivo Brasil em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Fundador da Pluri Sports, empresa de consultoria parceira do Xavante que realiza estudo de viabilidade sobre o assunto desde o ano passado, Fernando Ferreira afirma que o resultado dentro de campo impacta diretamente na prospecção com investidores.
“Eles não investem ou não colocam recursos uma vez que o clube caiu de divisão. Então você tem duas questões. De um lado, você tem investidores que saem da mesa pelo rebaixamento, desistem de evoluir com as conversas, e tem os investidores que não saem da mesa, obviamente eles vão refazer as contas”, explica o economista.
Ferreira conta que foi preciso refazer todo o cenário depois do rebaixamento, já que não estavam trabalhando com a possibilidade. Por outro lado, o fundador da Pluri Sports destaca que mesmo com o resultado ruim dentro de campo, a maioria dos investidores seguiram interessados no clube.
“A gente ficou positivamente satisfeito com o fato de que a maioria daqueles com quem a gente vinha conversando permaneceram na negociação”.
Próximos passos
Em fevereiro, o A Hora do Sul entrevistou Fernando Ferreira. Na época, ele afirmou que um consórcio de investidores havia surgido como opção mais viável e que o processo segue evoluindo. O próximo passo é seguir aprofundando as conversas, além de continuar conversando com outros potenciais pretendentes.
Segundo o economista, é possível que a SAF seja implementada ainda este ano, respeitando todo os processos necessário que o clube exige. “Obviamente tem que passar por um rito dentro do clube, existe um processo dentro do clube que vai ter que ser percorrido, com as autorizações dentro do Conselho Deliberativo e na Assembleia Geral do Clube, e esse processo tem uma certa burocracia que precisa ser respeitada”, afirma Ferreira, que ressalta manter conversas frequentes com o Brasil, mais diretamente com um grupo formado que está responsável por tratar sobre a SAF.
A transformação em Sociedade Anônima do Futebol é uma das principais pautas da atual gestão do Xavante, liderado pelo presidente Vilmar Xavier.
SAF no país
A transformação de clubes em Sociedade Anônima do Futebol passou a ser permitida em agosto de 2021, quando a Lei 14.193/2021 foi aprovada no Congresso. A legislação incentiva a migração da operação de clubes de associações civis sem fins lucrativos para associações empresariais.
A lei obriga que a associação permaneça com no mínimo 10% das ações da SAF. Esse percentual garante o domínio sobre o patrimônio material e a marca do clube. Cores, hino e escudos, por exemplo, não podem ser alterados pela SAF, apenas pela associação. Vale lembrar que o caso do Bragantino, transformado pela Red Bull em 2019, aconteceu antes da promulgação da chamada Lei da SAF e não se enquadra nos mesmos critérios.