Na briga entre governo e oposição, quem perde é a população

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul | [email protected]

Na briga entre governo e oposição, quem perde é a população

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A relação entre o governo de Fernando Marroni (PT) e os vereadores da oposição tem vivido momentos de animosidade, e a audiência pública em que a secretária de Saúde Ângela Vitória foi ouvida é mais um capítulo desse embate.

Em sua exposição, a secretária apresentou um diagnóstico técnico sobre o cenário crítico da pasta. Contudo, a presença de apoiadores do governo no auditório foi interpretada como uma estratégia para intimidar os oposicionistas, com vaias e interrupções durante as intervenções.

O conflito escalou com a fala da coordenadora de Saúde Mental, que insinuou tratamento desrespeitoso de vereadores e acirrou ainda mais os ânimos. Não é a primeira vez que um integrante do governo adota um discurso inflamado, que prejudica a gestão e contraria a postura republicana dos secretários e do próprio prefeito.

Por outro lado, as falas de alguns vereadores parecem desconsiderar os dados alarmantes revelados pela secretária em sua apresentação e fazem parecer que, pelo menos para alguns, o interesse parece estar no “quanto pior, melhor”, desde que o governo seja desgastado e descredibilizado.

O clima de hostilidade e má-vontade entre os poderes não é saudável. À parte as torcidas políticas, a sociedade espera que haja respeito mútuo e cooperação entre os representantes eleitos e em cargos públicos em busca de soluções concretas. Uma relação beligerante, que não seja baseada no diálogo, pode levar a decisões catastróficas e que custam vidas, especialmente na saúde

Políticas públicas não podem ser baseadas no achismo ou em interesses eleitoreiros. Gestores precisam basear suas decisões em dados concretos e evidências científicas com transparência, e não na emoção – ainda mais em um momento de crise.

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