O Dia do Consumidor, comemorado no dia 15 de março, ao longo dos anos vem ganhando mais espaço, estendendo a semana e até o mês inteiro. No Calçadão de Pelotas a data culmina com as liquidações de verão, trazendo descontos de até 70% nas peças de vestuário e calçados. Mas os clientes devem ficar atentos às ofertas e, a palavra-chave para os especialistas é: pesquisar.
As promoções de eletrodomésticos e eletrônicos são mais incentivadas pelos grandes varejistas de lojas, com descontos em categorias como tecnologia, lar, fitness e cuidados pessoais. Uma delas fez até Black Friday fora de época para chamar a atenção do consumidor. Outra promete descontos especiais durante todo o mês de março, quando não há uma grande data festiva. Já o comércio local, ainda tímido, é possível ver algumas óticas com ofertas especiais para o Dia do Consumidor. Quem trabalha só com vestuários opta por queima de estoque para começar a trabalhar com a moda outono/inverno. Para a data, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Sindilojas não preparam atividades específicas, só incentivaram os empresários a fazerem campanhas individuais.
O consumidor Carlos Roger, 56, pesquisa preços de geladeiras para a irmã, que precisa de uma nova. Em frente a uma loja no Calçadão, ele confere atentamente as condições de pagamento, o valor da parcela e quanto seria à vista, para comparar com as concorrentes. “Já morei no Rio de Janeiro e em outros lugares e sei que colocam o preço lá em cima antes das promoções para depois dar o desconto. Mas aqui os preços estão bons”, opina.
Direitos e deveres de quem compra
Com ofertas tentadoras, os clientes acabam entrando em armadilhas como uma letrinha que não enxergou no anúncio, ou se tem juros e frete grátis. Na garantia do direito dos consumidores em Pelotas, tanto o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), quanto o Balcão do Consumidor – projeto de extensão do curso de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) – têm tido bastante demanda. O coordenador do Balcão, professor Lucas Conceição, explica que as promoções no comércio são estratégias meramente comerciais para aumentar as vendas, assim como na Páscoa e no Natal. “É importante destacar que nessas oportunidades, alguns comerciantes aumentam o preço anteriormente para justificar um desconto na semana ou no mês do consumidor. Então faça uma pesquisa para não ter que pagar a metade do dobro”.
A busca por reparações também tem sido grande no Procon de Pelotas. Questões de telefonia ainda lideram o ranking de reclamações, segundo aponta o coordenador do Maicon Kuhn. “Nós temos uma boa resposta do comércio e por isso a população tem confiança e busca seus direitos”, observa. Para evitar chegar a esse ponto, Kuhn orienta os consumidores a cuidarem sempre o que realmente dizem nos anúncios. “Já tivemos notificações da empresa que anunciavam apenas o valor da parcela em tantas vezes. Na verdade, ela tem que apresentar o valor total do produto junto ao da parcela. É uma obrigação, e o consumidor precisa ter um acesso a essa informação”.
Entre as demandas que chegam ao Procon tem ainda os descontos indevidos em aposentadorias, a questão da comunicação do consumidor com as telefônicas e das ligações que recebem para fazer contratos são os mais comuns. “Problemas com a garantia do produto ou venda casada acontece também.” Em função da demanda, o Procon atua com a educação do consumidor, com destaque para os preços, promoções, o que está na gôndola e o que aparece no caixa.