Escândalo do casamento fora da lei chega ao noticiário de Pelotas
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Sexta-Feira28 de Fevereiro de 2025

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Escândalo do casamento fora da lei chega ao noticiário de Pelotas

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O casamento do empresário e armador Henrique Lage com a atriz italiana Gabriella Besanzoni, em fevereiro de 1925, causou um escândalo no Rio de Janeiro, capital Federal. O assunto atravessou as fronteiras daquele estado e chegou por aqui em forma de notícia na imprensa local.

O jornal A Opinião Pública foi um dos que reproduziu mais de uma vez, notícias dos jornais cariocas sobre a fofoca nacional. Um dos problemas estava no fato de ambos serem divorciados. Lage havia se divorciado de Lilian Whitman, nos Estados Unidos, em junho de 1909, porém a denúncia era de que seu casamento tinha sido realizado no Consulado brasileiro, e por isso ainda estaria casado, pelas leis do país.

A união ilegal foi denunciada pelo procurador geral do Distrito Federal. A imprensa expôs os nomes de todos os envolvidos no “ruidoso caso”, desde o juiz que fez o casamento até as testemunhas, como o conhecido empresário Mayrinck Veiga.  

Visita à Pelotas

Henrique Lage foi homenageado em Pelotas em 1920

Cinco anos antes, Henrique Lage  (1881-1941) esteve em Pelotas, em março do ano de 1920, quando foi recebido com honras, o que incluiu um baile no Clube Comercial em homenagem ao carioca.

“O magnata do ramo carbonífero e da indústria e transporte navais viera a bordo do mais novo vapor da sua Companhia Nacional de Navegação Costeira, o Itaquatiá (pedra pintada, em tupi), em viagem inaugural ao Sul do Brasil”, relembrou o  pesquisador Guilherme Pinto de Almeida, para o Memórias de 6 de setembro do ano passado. 

Parque Lage

Henrique Lage também é conhecido por ter sido o proprietário da chácara Lage, onde hoje funciona o Parque Lage, onde funciona o Instituto de Belas Artes, no Rio de Janeiro. O local abriga o palacete construído por Lage para a mulher dele, a cantora lírica Gabriella.

O casal superou o escândalo e viveu no casarão até a morte do empresário. Na casa eles promoviam saraus e festas. “… que tornaram a mansão o epicentro da vida social do Rio de Janeiro. Em várias dessas ocasiões, a anfitriã tocava piano e cantava para os convidados. Henrique e Gabriella não tiveram filhos…”, segundo a editora Andrea C. T. Wanderley, para o portal Brasiliana Fotográfica.

Para saber

O divórcio foi legalizado no Brasil em 26 de dezembro de 1977. Antes da legalização do divórcio, havia o desquite, o que encerrava as obrigações matrimoniais, mas não permitia novo casamento.

Fonte: jornal A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; @pelotasmemoria, com texto de Guilherme Almeida e edição de imagens: Valder Valeirão

Há 50 anos

Produtores exigem preço mínimo para garantir estoque regulador

Os produtores de arroz da Zona Sul estavam em tratativas com o Governo Federal para garantir o valor do preço mínimo do arroz. “Se for reajustado o preço mínimo do arroz em casca, nas bases pretendidas pelo produtores – 100 cruzeiros a saca – estes garantem ao governo a sua participação na formação do estoque regulador, especialmente no que se refere aos orizicultores de Santa Vitória do Palmar, responsáveis por um terço da produção total do Rio Grande do Sul”, declarou o conselheiro, Enilton Grill, do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), em Santa Vitória do Palmar.

Na época, os produtores da Zona Sul apoiaram o Irga e a Farsul na reivindicação de 102, 67 cruzeiros pela saca de 50 quilos de arroz com casca, como novo preço mínimo para a safra 1974/1975. 

Fonte: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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