Delegado detalha operação que levou líder da principal facção de Pelotas à prisão

Após quatro meses de investigações, a Polícia Civil chegou ao número um da principal organização criminosa instalada na Região de Pelotas. Na manhã de quarta-feira (17), agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumpriram mandado de prisão preventiva e localizaram J.S.M. na BR-116, Vila Princesa. O chefe da facção foi para o Presídio Regional de Pelotas (PRP).

A ação, que culminou com a prisão, bloqueio de bens e apreensão de imóveis e carros de luxo foi denominada Operação Macan, marca de um Porsche no qual o alvo foi visto circulando em Capão da Canoa, onde residia. De acordo com o delegado que comandou a ação, Rafael Lopes, estima-se que o alvo movimentava milhões por ano, lavando o dinheiro do tráfico de drogas através de laranjas. Um dos investimentos feitos era a criação de cavalos crioulos com participação em competições no Freio de Ouro e provas de morfologia, prática que era mais considerada como um hobby do suspeito.

“Nós (Draco) já tínhamos investigações anteriores dele como sendo uma liderança no fornecimento de cocaína e crack em Pelotas e região e, por isso, ele nunca saiu do nosso radar. Mas com o tempo notamos que ele ostentava um estilo de vida fora do padrão normal. Passamos a monitorar as casas que ele visitava, os carros que ele usava, conseguindo identificar pessoas que emprestavam seus nomes para que ele abrigasse seus negócios. A partir de então, mapeamos esses bens e conseguimos a prisão preventiva”, diz o delegado Rafael Lopes.

Com a ordem judicial em mãos, a polícia descobriu que o suspeito aproveitou as férias escolares das filhas e para ir a Pelotas, onde foi preso.

Reflexo

A partir da prisão de J.S.M., a polícia acredita ter desmobilizado financeiramente a organização criminosa, pois o suspeito era o que mais angariou dinheiro com o tráfico. “Isso mostra que o Estado não está somente preocupado em combater o crime do tráfico de drogas, mas também de impedir que os traficantes ganhem dinheiro ilícito”, declarou o delegado.