Está aberta a convocatória para artistas e grupos que trabalham com a arte da construção e manipulação de bonecos. Além de trazer mais estofo na busca pelo registro da expressão bonequeira gaúcha como patrimônio cultural, a iniciativa propõe publicações on-line e também um ciclo formativo com atividades gratuitas.
O projeto História e Mapeamento do Teatro de Bonecos do Rio Grande do Sul é da pesquisadora Yara Baungarten, jornalista, fotógrafa e autora de e-book sobre o espaço ocupado por bonecos na televisão gaúcha. A porto-alegrense é fotógrafa de teatro de bonecos desde 2003, experiência que ela tem levado para a vida acadêmica. “Fui acompanhando os altos e baixos da organização do teatro de bonecos, com esse meu interesse fui fazendo meus estudos de comunicação”, conta Yara que fez especialização e mestrado com esta temática.
Acervo perdido
O projeto está organizado há uns cinco anos, mas só agora ela conseguiu colocar em prática, a partir de um edital da Secretaria de Estado da Cultura, com recursos da Lei Paulo Gustavo. “Vamos também fazer algumas entrevistas, vai ter uma parte da pesquisa de questão histórica no Museu da Comunicação”, antecipa.
O Rio Grande do Sul teve várias ações (festivais, eventos e associação) que congregavam os artistas e fortaleciam a cena, mas foram descontinuadas, a partir dos anos 2000. A própria Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos (AGTB), criada na década de 1980, com sede em Porto Alegre, com seu centro de referência que abrigava um acervo de livros, cartazes e registros históricos, foi fechada. “Esse Centro foi desmantelado e a Fundação Cultural de Canela também foi desmantelada. Esse acervo da Associação Gaúcha foi separado, tem essa perda do registro. Então essa nossa iniciativa é para criar esses registros novamente e tentar com que essa prática tenha um reconhecimento e até uma salvaguarda”, conta.
A cena resiste
Apesar dessa desmobilização, Yara pontua que ainda existem muitas companhias excelentes no Estado, como o grupo Anima Sonho, que está fazendo 40 anos. “Tem uma resistência, tem novos criadores também. Existe sim muita produção que vale a pena ser acompanhada”
Por este motivo, a organizadora do mapeamento quer alcançar os bonequeiros gaúchos, que estão atuantes no Estado e fora dele. Os interessados devem preencher um formulário com dados sobre seus trabalhos, companhias e espetáculos. Artistas, brincantes e grupos envolvidos com toda e qualquer técnica, suporte e dramaturgia também podem participar. O chamamento acontece até 31 de março deste ano através de formulário on-line (https://tinyurl.com/projetomarionetaveis)
Os relatos e a compilação das respostas serão disponibilizados gratuitamente on-line. Ainda no primeiro semestre, o projeto vai se desdobrar em eventos com ações educativas e lançamento de publicações. O ciclo formativo vai reunir palestras gratuitas que enfocam a preservação e a manutenção de acervos em teatro de bonecos, a história do Teatro de Bonecos, a presença feminina no ofício, entre outros temas.
A coordenação é da Imagina Conteúdo Criativo, com apoio da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB/UNIMA Brasil) e financiamento da Lei Complementar nº 195/2022, Lei Paulo Gustavo – Ministério da Cultura e Secretaria da Cultura do RS.
SERVIÇO:
O quê: Marionetáveis: História e Mapeamento do Teatro de Bonecos do Rio Grande do Sul faz mapeamento de bonequeiros
Quando: até 31 de março
Formulário: https://tinyurl.com/projetomarionetaveis
Instagram: https://www.instagram.com/marionetaveis
Site: https://imaginaconteudo.com/
